AMÉRICA LATINA

Refugiados venezuelanos pedem ao TSE que envie missão de observadores às eleições deste domingo

Redação BSM · 26 de Julho de 2024 às 15:10 ·

Pesquisas mostram candidato de oposição, Edmundo González Urrutia, com 45 pontos de vantagem sobre Nicolás Maduro

Um grupo de organizações da sociedade civil, lideradas por migrantes e refugiados venezuelanos no Brasil, protocolou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando a reconsideração da decisão de não enviar uma missão de observação para as eleições presidenciais da Venezuela, previstas para o próximo domingo, 28 de julho. "Consideramos de extrema importância informar à opinião pública sobre esta ação da sociedade civil pela defesa e garantia dos direitos políticos do povo venezuelano", afirmou William Clavijo Vitto, refugiado venezuelano.

No ofício dirigido à presidente do TSE, Cármem Lúcia, as organizações destacam que os comentários desrespeitosos do ditador Nicolás Maduro não refletem o sentimento da maioria dos venezuelanos, que têm profundo respeito pelas instituições brasileiras e sua tradição democrática exemplar. As entidades ressaltam a importância histórica e cultural entre Brasil e Venezuela, reforçadas pelo acolhimento generoso aos migrantes venezuelanos nos últimos anos.

As entidades defendem que a presença de uma comissão técnica do TSE seria crucial para garantir a transparência e lisura do processo eleitoral na Venezuela, fortalecendo a confiança nas instituições eleitorais do país. A solicitação enfatiza que a participação do TSE representaria um marco de solidariedade e cooperação internacional, contribuindo para o fortalecimento dos processos democráticos na Venezuela.

As eleições presidenciais venezuelanas de 2024 ocorrem em um ambiente de grande turbulência. A campanha tem sido marcada pela tentativa de reeleição de Nicolás Maduro e a oposição navegando em um terreno incerto. Pela primeira vez em anos, observadores eleitorais do Carter Center e da ONU foram convidados a monitorar as eleições.

A oposição, após a inabilitação da candidatura de María Corina Machado pelo Supremo Tribunal de Justiça, é representada por Edmundo González Urrutia, um diplomata que conta com o apoio de Machado. Ele venceu as eleições primárias da oposição com 92% dos votos em outubro de 2023, impulsionando sua candidatura. De acordo com um estudo recente da ORC Consultores, coletado em julho, González Urrutia possui 59,68% das intenções de voto, enquanto Maduro tem 14,64%.

As organizações que assinam o ofício incluem a Ação Social Irmandade Sem Fronteiras, Instituto Casa Venezuela Rio de Janeiro – Venezuela Global, Associação Venezuelana em Campo Grande, Organização de Infraestrutura e Habitação Santa Felicidade, Associação de Engenheiros Venezuelanos no Brasil, La Casa Comun del Pan, Centro de Apoio para Mães Migrantes no Brasil e a Associação dos Venezuelanos e Refugiados no Estado do Amazonas.

 


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