AMÉRICA LATINA

Petronomics: o fracasso econômico do socialismo colombiano

Lucas Ribeiro · 23 de Fevereiro de 2024 às 15:17 ·

Em 2023, a Colômbia teve crescimento pífio, queda acentuada de investimentos e estagflação. Medidas adotadas pelo presidente Gustavo Petro estão levando o país para o abismo

A economia colombiana, sob a administração de Gustavo Petro, registrou em 2023 um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,6%, significativamente abaixo das expectativas de organismos internacionais e entidades financeiras, que previam uma expansão de cerca de 1,2% a 1,4%. Esse crescimento pífio é o mais baixo desde 1998, excluindo os anos de contração econômica (1999 e 2020) e marca um período de profunda desaceleração econômica para o país segundo informa o jornal La Republica. Em comparação, a economia havia crescido 7,3% em 2022, destacando uma queda abrupta na performance econômica. Outro dado alarmante é a queda de investimentos, que atingiu 24,8% durante o ano.

Os setores de construção e indústria manufatureira foram os mais afetados, com contrações de 4,2% e 3,5%, respectivamente, o que reflete um ambiente econômico adverso para o setor produtivo. Enquanto isso, as atividades financeiras e de seguros, bem como as atividades artísticas e de entretenimento, foram os poucos setores que apresentaram crescimento, respectivamente com 7,9% e 7%.

Essa desaceleração vem em um contexto de estagflação, em que o crescimento estagnado coexiste com inflação elevada, um cenário preocupante que desafia os paradigmas tradicionais de política econômica. A estagflação é particularmente perigosa pois complica as intervenções políticas, tornando mais difícil estimular a economia sem agravar a inflação.

Além disso, a economia colombiana demonstrou sinais claros de fragilidade com três trimestres consecutivos de crescimento negativo do PIB, excluindo o setor da administração pública. Esta tendência aponta para uma quase recessão, definida teoricamente como dois trimestres consecutivos de contração, que só não se concretizou devido ao modesto desempenho positivo incluindo os gastos do governo. Ou seja, o que impediu que os números não ficassem negativos foram os gastos do governo, o que não é nada saudável para economia.

Os investimentos seguiram um padrão de contração. O recuo nos investimentos reflete uma falta de confiança no ambiente econômico e empresarial do país, exacerbada por políticas governamentais que não conseguiram estimular efetivamente a atividade econômica privada. A necessidade de uma política de reativação econômica focada em colaboração com o setor empresarial nunca foi tão premente, dada a recessão evitada por pouco e o crescimento insuficiente para atender às necessidades de uma população em expansão. O Departamento Nacional de Estatísticas na Colômbia registrou uma queda de impressionantes 24,8% dos investimentos no país em 2023, o que mostra a total falta de confiança dos empresários nas políticas erráticas e equivocadas do presidente de extrema-esquerda.

As críticas dirigidas ao governo Petro concentram-se na sua abordagem econômica, frequentemente descrita como keynesiana (mas com uma boa dose de marxismo), e que falha miseravelmente na execução de políticas eficazes para estimular o crescimento econômico e a confiança dos investidores. A recente reforma tributária, por exemplo, foi vista como mais um fardo para o setor empresarial, já asfixiado por regulamentações e incertezas políticas, ao invés de um meio para alavancar investimentos produtivos e a geração de empregos.

Neste cenário, a gestão econômica da Colômbia sob Petro é marcada por desafios significativos, incluindo a necessidade urgente de políticas que revitalizem o investimento, estimulem o crescimento econômico e abordem a estagnação em setores chave. A resposta do governo a esses desafios será determinante para o futuro econômico da Colômbia, numa época em que o país enfrenta uma das suas mais críticas encruzilhadas econômicas.

Em entrevista ao BSM, o economista Daniel Raisbeck, analista de políticas para a América Latina no Centro para Liberdade e Prosperidade Global do Cato Institute, afirma que as razões do fracasso da política econômica de Gustavo Petro — apelidada de Petronomics. Raisbeck argumenta que o governo Petro exacerbou um modelo econômico já problemático, marcado por baixo crescimento, déficits fiscais crônicos, alta dívida, impostos elevados, e uma moeda fraca, resultando em mais baixo crescimento econômico. Ele destaca particularmente a asfixia do setor privado e produtivo, como a indústria de hidrocarbonetos, em favor de aumentar o tamanho e poder do Estado, o que considera uma manifestação de luta de classes sob a bandeira de um ambientalismo radical. Essa abordagem, segundo ele, não apenas falha em endereçar os desafios econômicos da Colômbia, mas também aprofunda problemas existentes, afastando o país de um modelo de alto crescimento necessário para superar a pobreza e promover a prosperidade.

A drástica queda dos investimentos, a persistente estagflação e a iminente recessão são reflexos de um governo que escolhe ideologias ultrapassadas em detrimento de uma economia robusta. As tentativas de misturar marxismo com medidas keynesianas não só falharam em estimular o crescimento e a confiança dos investidores, mas também agravaram a fragilidade econômica da Colômbia. Ao asfixiar o setor privado com regulamentações excessivas e uma reforma tributária punitiva, o atual governo compromete seriamente o futuro do país. A promessa de prosperidade sob o Petronomics se esvai diante da realidade de uma nação afundando em dificuldades econômicas, destacando a necessidade urgente de uma mudança política longe dos perigos do socialismo e radicalismo ambientalista que Petro representa.

 


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