O establishment e a tentativa de monopolizar a "Nova direita"
"A Direita é apenas um eleitorado anônimo, não um movimento ou partido" — Olavo de Carvalho. Assista ao novo episódio do Silvio Grimaldo no ar
Em 2013, milhares de pessoas foram às ruas para manifestarem-se contra as diversas posturas adotadas pelo então governo da presidente Dilma Rousseff. A devida população, de modo geral, não possuía definições concretas e claras a respeito das terminologias direita e esquerda dentro do cenário político brasileiro.
A revolta contra os gastos absurdos destinados à estádios de futebol – em prol da Copa do Mundo de 2014 –, aos esquemas de corrupção e aos impostos exacerbados, por exemplo, consolidaram alguns motivos da inquietação popular.
Já no ano seguinte, o país também realizaria uma das maiores operações policiais da história, a denominada Operação Lava Jato. Na ocasião, mais de 50 indivíduos foram presos e condenados por envolvimento em esquemas de corrupção.
Dentre eles, estavam o empossado Luiz Inácio Lula da Silva, Marcelo Odebrecht, Alberto Youssef, Nestor Cerveró, entre outros.
Também em 2014, os protestos contra a ex-presidente aumentaram de forma significante. Logo na abertura da Copa do Mundo, em que Dilma Rousseff participava como espectadora, milhares de brasileiros proferiram em uníssono o famoso “Ei, Dilma. Vai tomar no cu”.
Em 15 de março de 2015, novamente a população, mobilizada em todas as regiões do Brasil, protestou solicitando transparência nas transações públicas orçamentárias, tal qual criticando o governo federal.
Por fim, em dezembro daquele ano, fora aberto o processo de impeachment da ex-presidente, resultando em sua cassação em agosto de 2016, por “crime de responsabilidade em virtude da abertura de créditos suplementares por Decreto Presidencial, sem a autorização do Congresso Nacional”.
Consecutivamente, em 2017, a direita já estava determinada em eleger o deputado federal, Jair Messias Bolsonaro, como Presidente da República Federativa do Brasil no ano seguinte; e assim foi consumado.
Nessa pequena e simplória linha do tempo, foi consolidando-se a denominada “nova direita”. Havia uma notória e confusa coalizão dos precursores do pensamento político brasileiro conservador, instigados pelo filósofo Olavo de Carvalho, com liberais, antipetistas, bolsonaristas por si só e oportunistas disfarçados, que usaram da ocasião para adquirirem, posteriormente, cargos públicos, popularidade e estima “intelectual”.
Entretanto, após um tempo de coalizão, a “nova direita” cobriu-se, apenas, dos apoiadores ininterruptos de Bolsonaro. Revoltaram-se, inclusive, com o próprio estandarte do conservadorismo brasileiro – que lhes concedeu, até mesmo, a teorética filosófica do sistema político – isto é, o professor Olavo.
Agora, com a derrota do Messias para o empossado Luiz Inácio Lula da Silva, a “nova direita” está, mais uma vez, procurando alguém para aplaudir.
“No Brasil, há plateia para tudo, e o brasileiro é, por vocação, plateia” — Nelson Rodrigues. (Memórias: a menina sem estrela).
No entanto, nem só de direita e esquerda vive o cenário político do Brasil. Há sempre, e muitas vezes mais forte e significante, a atuação de um outro grupo: o famigerado centrão.
Como o próprio nome revela, o centrão busca monopolizar todas as articulações governamentais, culturais e econômicas do panorama social brasileiro – ou empreendem ações centralizadoras ou buscam convergir para si atividades independentes.
No 9º episódio de Silvio Grimaldo no Ar: A Nova Direita, o apresentador e diretor executivo do BSM abordará, em seu programa, sobre a formação de um novo movimento denominado a Nova “Nova Direita”, bem como a atuação do centrão para tomá-la das mãos do povo e ingressá-la ao establishment.
Nas últimas semanas, vimos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – uma figura associada à “nova direita” por ter integrado o governo Bolsonaro – cedendo suas articulações políticas às limitações impostas pelo centrão, numa tentativa de não ser tachado de “extremista” e permanecer intacto no sistema político.
Um claro exemplo do exercício de controle do cenário político brasileiro nas mãos do establishment.
Mas isso é, apenas, a ponta do iceberg.
Quer saber tudo sobre as articulações do centrão e a consolidação da Nova "Nova Direita? Assista agora o 9º episódio de Silvio Grimaldo no Ar: A Nova Direita, com o apresentador e diretor executivo do BSM, Silvio Grimaldo.
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