BRASIL

Rio de Janeiro: miliciano é morto e gera onda de ataques na capital

João Pedro Magalhães · 24 de Outubro de 2023 às 17:24 ·

Conforme informações da Polícia Militar, 12 criminosos envolvidos nos incêndios dos ônibus já foram presos até o momento.

A morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, apelidado de "Faustão", desencadeou uma série de ataques ao transporte público na última segunda-feira (23). O criminoso era sobrinho do líder do grupo e estava se preparando para assumir o comando da milícia da zona oeste do Rio de Janeiro. Após sua morte em uma operação policial, seus companheiros realizaram atos de vandalismo e violência na capital.

A milícia liderada Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, opera em Santa Cruz, Campo Grande e Paciência, na Zona Oeste do Rio, onde angaria mensalmente entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões por meio de atividades ilícitas, como a oferta de suposta segurança privada e a comercialização de produtos como botijões de gás, sinal de internet e galões de água.

Faustão, tinha um cargo de liderança na organização e praticava crimes como corrupção ativa e homicídios, e era responsável por promover guerras entre as facções. Nos últimos meses, estava consolidando relações com o Comando Vermelho, a principal facção de traficantes do estado. Sua morte durante um confronto com a Polícia Civil gerou revolta entre os criminosos, que atearam fogo em pelo menos 35 ônibus e um trem na capital carioca.

Diante dos atos de vandalismo e do caos instalado na capital, o Centro de Operações do Rio anunciou, às 18h40, que a cidade entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco, devido a "uma ou mais ocorrências que já impactam o município, afetando a rotina de parte da população."

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), elogiou a atuação policial nas redes sociais no confronto contra os criminosos, sem, no entanto, detalhar as medidas planejadas para assegurar a segurança da população no contexto da ação da milícia. Veja: 

"Hoje demos um duro golpe na maior milícia da Zona Oeste. Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como 'homem de guerra' do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio. O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado!", acrescentou o governador.

Ainda, em suas redes sociais afirmou que a Cúpula de Segurança está trabalhando para que "a paz retorne à nossa cidade e a população possa se deslocar em segurança.". Segundo o governador, "todo o efetivo das polícias Civil e Militar está trabalhando para garantir que a ordem seja restabelecida, após os ataques terroristas que resultaram em dezenas de ônibus incendiados na Zona Oeste do Rio."

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), demandou "uma resposta muito firme das forças policiais" e fez um apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para evitar a repetição de incidentes semelhantes.

 "Quando o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus. Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam.", declarou em suas redes sociais.

Conforme informações da Polícia Militar, 12 criminosos envolvidos nos incêndios dos ônibus já foram presos até o momento.

 


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