MPF abre investigação de questionário da PRF sobre posição política de servidores

O Ministério Público Federal de Goiás abriu um procedimento para investigar um questionário elaborado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com perguntas sobre o posicionamento político-partidário de seus servidores. O órgão vai avaliar a motivação, legalidade, necessidade e utilidade do questionário, cuja aplicação já foi suspensa.

O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, terá 15 dias para enviar ao MPF uma cópia integral do documento, junto com  todos os documentos e regras internas que subsidiaram sua criação e aplicação.

O questionário foi aplicado numa capacitação sobre direitos humanos, que faz parte do curso de formação da PRF desde 2022, por decisão judicial. A ordem da Justiça Federal determinava que o curso teria de abordar temas sobre protocolos de abordagem policial a grupos vulneráveis, com enfoque em abordagens de pobres e negros. 

Uma das perguntas do documento pede que os servidores escolham entre as seguintes opções:

• extrema esquerda,
• esquerda,
• centro-esquerda,
• centro,
• centro-direita,
• direita
• e extrema direita.

Outra questão é sobre a afinidade partidária dos servidores, e as opções são as seguintes: 

• Democratas (DEM) – atual União Brasil,
• Partido Democrático Trabalhista (PDT),
• Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) – atual MDB,
• Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB),
• Partido Socialismo e Liberdade (PSOL),
• Partido dos Trabalhadores (PT),
• Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – atual PRD,
• Partido Verde (PV)
• e Outros.

O documento foi denunciado por parlamentares da oposição. Em nota, a PRF disse que a aplicação do Teste de Associação Implícita (TAI) era de preenchimento facultativo e anônimo, e que foi suspensa.

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