GUERRA

“É o maior ataque terrorista do Hamas”, diz correspondente do BSM em Israel

Ricardo Gancz · 7 de Outubro de 2023 às 23:16 ·

Ricardo Gancz relata que terroristas se passaram por soldados israelenses para entrar nas casas e executar ou sequestrar as pessoas. Governo recomenda que cidadãos utilizem armas para se proteger
 

 

Israel enfrenta o maior ataque coordenado do grupo terrorista Hamas em sua história. No início da manhã deste sábado (7), o Hamas ao mesmo tempo lançou muitos foguetes na região sul de Israel e fez um ataque coordenado por terra. Centenas de terroristas entraram em Israel e foram para as cidades perto da faixa de Gaza e executaram civis que encontravam. Até a última atualização, são mais de 300 mortos pelos terroristas e mais de 1600 feridos.

Toda vez que Israel está sob ataque de mísseis, há uma sirene que toca na área a ser atingida e os moradores têm um tempo pré-determinado para correr até um abrigo. Os moradores das cidades perto da faixa de Gaza podem ter de zero a trinta segundos, dependendo de quão perto de Gaza, para entrar em um abrigo antibombas. Muitas vezes, isso é impossível e as famílias são obrigadas a ficar no quarto reforçado dentro de suas casas até que os mísseis parem de cair e dê tempo de ir para um abrigo.

Mas o ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender.

Os terroristas, aproveitando que as famílias estavam trancadas em casa, se passaram por soldados israelenses e batiam nas portas de abrigos públicos e de casas para ganhar acesso as moradias e executar ou sequestrar as pessoas. Se não conseguiam acesso, derrubavam as portas e entravam a força. Não há declarações oficiais sobre o número de seqüestrados, mas há vídeos nas redes sociais árabes onde vemos crianças, mulheres e homens sendo seqüestrados dentro de suas casas, mulheres espancadas e crianças desesperadas. Há vídeos com os seqüestrados já dentro de Gaza, sendo recebido por terroristas sob gritos de Allahu Akbar (Deus é grande).

De acordo com o exército, há no momento mais de 20 locais dentro de Israel onde há confronto com os terroristas. Mísseis foram lançados também em direção a Jerusalém, Tel Aviv e outras cidades da região central do país.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou em rede pública:

“Cidadãos de Israel, nós estamos em guerra. Não em uma operação, não em uma rodada de conflito, mas em guerra. Pela manhã, o Hamas lançou um ataque surpresa homicida contra o Estado de Israel e seus cidadãos. Estamos nessa situação desde as horas primeiras horas da manhã.

Juntei os chefes dos departamentos de segurança e ordenei que antes de tudo, que se limpe todas as regiões dos terroristas que as invadiram. Isso está sendo feito neste momento. Ao mesmo tempo, dei ordem para que os reservistas sejam amplamente convocados para que possamos revidar com força e amplitude de modo nunca visto pelo inimigo. O inimigo irá pagar um preço que ele nunca viu.

Por enquanto, eu peço para todos os cidadãos de Israel cumprir a risca as diretrizes do exército e do comando-central.

Estamos em guerra e iremos vencer.”

Apesar dos vários conflitos entre a coalizão formada por Benjamin Netanyahu e a oposição, os principais chefes dos partidos de oposição, Yair Lapid, Benny Gantz e Avigdor Lieberman declararam apoio ao primeiro-ministro e enfatizaram que o momento é de união.

Amanhã, o sistema de ensino está paralisado e a recomendação é que as pessoas somente saiam de casa para o que for necessário, permaneçam em estado de alerta e todos os que têm porte de arma estejam com elas sempre a mão. O ataque é algo sem precedentes e o mundo volta os olhos para como Benjamin Netanyahu irá reagir.

O Brasil Sem Medo continuará fazendo a cobertura da guerra.

PS: Em artigo separado, farei uma análise dos motivos do Hamas.

Ricardo Gancz é doutor em Filosofia, professor de Grego Clássico e Filosofia na Universidade Bar-Ilan, analista político e correspondente do BSM em Israel.

 


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