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Forum Econômico Oriental: Rússia negociando armas com ditadura norte-coreana e reafirmando sua parceria com a China

Brás Oscar · 14 de Setembro de 2023 às 16:38 ·

A cúpula começou na última segunda-feira (11), em Vladivostok, e é organizada anualmente pelo governo russo

- Rússia e Coreia do Norte. O presidente russo Vladimir Putin e o ditador norte-coreano Kim Jong-un reuniram-se na Rússia na terça-feira (12) durante a edição do Sétimo Fórum Econômico Ocidental, sediado em Vladivostok, na Rússia.

Jong-un disse que o assunto principal foi “a situação político-militar na Península Coreana e na Europa”. A Coreia do Norte tem uma pequena fronteira com a Rússia e Putin lembrou de forma elogiosa que ambos os países possuem laços de longa data, sem especificar se estava se referindo à geografia ou ao totalitarismo. O saldo da reunião é um possível acordo militar para Pyongyang fornecer armas a Moscou em troca de ajuda alimentar e tecnologia. O encontro ocorreu no centro espacial russo Vostochny, lugar muito propício, já que a segunda tentativa fracassada da Coreia do Norte lançar um satélite espião foi há menos de um mês.

- Rússia e China. Putin também se reuniu com o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, numa reunião à parte do Fórum Económico Oriental. O resultado da reunião foi um anúncio protocolar dizendo que ambos os países “expressam confiança em suas relações bilaterais e na cooperação contínua”. O Kremlin ainda anunciou que os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da China se reunirão oficialmente de novo em Moscou, em 18 de setembro.

- China e Talibã. Nesta quarta-feira (13) a China passou a ser o primeiro país a nomear um embaixador no Afeganistão desde que os terroristas islâmicos do Talibã chegaram ao poder em agosto de 2021. Numa cerimónia de apresentação, Zhao Sheng disse que a China respeita o que chamou de “independência e a integridade territorial do Afeganistão”, afirmando que o regime totalitário islâmico fez “progressos” na luta contra a corrupção, o crime e as drogas desde que assumiu o poder.

- Azerbaijão e Armênia. O Azerbaijão fez comentários sobre as eleições realizadas recentemente nas áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia. O governo azeri divulgou um comunicado referindo-se às votações como “eleições falsas”. Na sequência, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou os comentários como “inaceitáveis” e disse que o Azerbaijão deveria mostrar o mesmo respeito pela integridade territorial da Rússia que Moscou demonstrou pela do Azerbaijão.

A ameaça velada foi sobre o problema do Nagorno-Karabakh, região encravada no território azeri reclamada pela Armênia. A região foi palco de uma guerra recente, finalizada com pesada intervenção russa com resultado favorável ao Azerbaijão, que dizimou boa parte população armena na região. Ao mesmo tempo, a Armênia continua reclamando com o governo russo sobre o episódio e exige que Moscou passe a proteger a população de etnia armena na região.

Trocando em miúdos: Putin mandou o Azerbaijão calar a boca, caso contrário muda as regras do acordo e reverte o resultado a favor da Armênia.

 


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