FRANÇA

Esquerda vence 2º turno e terá maior bloco no Parlamento francês

Redação BSM · 7 de Julho de 2024 às 18:54 ·

Com participação de 67% dos eleitores, votação deste domingo transformou a Nova Frente Popular na maior força do Legislativo. Coalizão de direita ficou em terceiro

O bloco de esquerda Nova Frente Popular será a maior força do Parlamento da França, após os resultados do segundo turno das eleições legislativas, realizado neste domingo (7). A direita liderada pelo Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, ficou em terceiro lugar, segundo as projeções de boca de urna, atrás do bloco do presidente Emmanuel Macron. Os franceses foram às urnas em pesa: a participação foi de 67%, a mais alta registrada durante um segundo turno em mais de 40 anos e ligeiramente maior do que no primeiro turno. Logo após o anúncio dos resultados, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, renunciou ao cargo.

A Nova Frente Popular (NFP) obterá entre 180 e 205 cadeiras. O bloco do presidente Emmanuel Macron, conhecido como Juntos, ficou em segundo lugar com estimativas entre 164 e 174 cadeiras, enquanto o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, alcançou entre 130 e 145 cadeiras​.

Jean-Luc Mélenchon, líder da NFP, comemorou a derrota do RN e a maior participação eleitoral em mais de 40 anos, com 67% de comparecimento. Em seu discurso, ele afirmou que “Macron tem o dever de chamar a Nova Frente Popular para governar" e que o presidente deveria "indicar um primeiro-ministro” do bloco esquerdista.

Jordan Bardella lamentou as alianças que impediram o RN de alcançar a maioria absoluta, apesar de celebrar o aumento do número de cadeiras conquistadas pelo seu partido. “Infelizmente, as alianças de desonra desta noite privam os franceses de uma política de recuperação”, disse Bardella. Ele prometeu uma oposição vigorosa contra o futuro primeiro-ministro e afirmou que o RN encarna “a única força que pode reconstruir a França”.​

Marine Le Pen também comentou os resultados, destacando que, apesar de não terem conquistado a maioria absoluta, o número de deputados do RN duplicou em relação à legislatura anterior. “A maré está subindo. Não subiu o suficiente desta vez, mas continua a subir e, portanto, a nossa vitória está apenas adiada”, afirmou Le Pen.

A derrota do RN foi atribuída, em parte, à maior participação eleitoral, o que diluiu os votos mais mobilizados, geralmente favoráveis à direita, conforme explicou o professor Tanguy Baghdadi. Ele destacou que a maior mobilização eleitoral tende a distribuir os votos de forma mais equitativa entre as diferentes forças políticas​.

O impacto imediato dos resultados foi a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal, que se demitiu após a derrota significativa do bloco de Macron. “Nesta noite, nenhuma maioria absoluta foi obtida pelos extremos graças à nossa determinação e à força dos nossos valores, estamos de pé", declarou Attal​.

 


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