CRIME CONTRA A HUMANIDADE

É oficial: a guerra contra o arroz começou

Especial para o BSM · 4 de Julho de 2023 às 11:54 ·

Base da alimentação de bilhões de pessoas, o arroz entra na mira dos ecoterroristas. A ordem é produzir menos para evitar o “aquecimento global”. E o resultado, é claro, será a fome

Tiago Rios Fagundes
Especial para o BSM

 

Base da alimentação de bilhões de pessoas no mundo todo e carboidrato mais barato da cesta básica brasileira, o arroz entrou mais uma vez na mira dos ecoterroristas internacionais e não tardará para que nossos terroristas domésticos comprem a briga e imponham pedágios ambientais para a produção do grão.

Em artigo para o jornal alemão DW (Deutsche Welle) no dia 30 de junho, o jornalista Allistair Walsh pergunta como fazer para que o arroz não produza “tanto” metano (CH4), gás do efeito estufa (GEE) da vez, e aponta o cultivo como responsável por 10% das emissões globais deste vilão das mudanças climáticas.

O arroz irrigado, seja ele por inundação com taipas em curva de nível ou pré-germinado em áreas sistematizadas, utiliza-se do encharcamento da área de cultivo para obter maior produtividade. A planta de arroz tolera a saturação do solo com água, pois é uma planta “semiaquática” dotada de estruturas chamadas aerênquimas que possibilitam as trocas gasosas da planta mesmo suas raízes estando plenamente submersas. A irrigação forma grandes áreas encharcadas, que por sua vez promovem a decomposição anaeróbica da resteva de outro cultivo anterior ao arroz, como pastagens, ou da própria palha do arroz do cultivo de outra safra. A liberação de metano é produto da respiração de microrganismos especializados em alimentar-se dessa matéria orgânica em solos com pouca oxigenação. Química e biologia básica. Não faltastes a essa aula, certo? Allistair Walsh também não. Sigamos.

Em 2021, a Embrapa Meio Ambiente também sinalizou o arroz como grande emissor de metano em uma publicação técnica da pesquisadora Magda Lima, atribuindo a emissão aos longos períodos de alagamento e sugerindo inclusive que os produtores utilizem cultivares com menor potencial de emissão de afilhos para mitigar a liberação do GEE. Esqueceu-se, porém, que a emissão de afilhos é componente básico dos níveis de produtividade de uma cultivar, ou seja: produza menos e evite o aquecimento global, em uma interpretação livre.

O cerco contra o agronegócio fecha-se ainda mais e a máquina de produção de mentiras travestidas de meias-verdades nunca esteve tão azeitada e no pico de sua produtividade. Assim como nos últimos anos ouvimos a mentira sobre o temido flato bovino, que no seu ápice chegou ao absurdo de inventar que um galpão com 1.000 vacas explodiu nos Estados Unidos pois todas resolveram soltar suas bufas juntas enquanto um funcionário acendia seu cigarro, agora estamos incorporando o arroz ao rol de malvadões das mudanças climáticas e os efeitos disso serão no mínimo “esfomeantes” pois, se você não for adepto de dietas milagrosas ou um nutricionista desinformado, provavelmente comestes arroz pelo menos uma vez hoje e quando for imposto mais um tributo ambiental pra produção do grão, que já não está vivendo seus melhores dias por questões mercadológicas, na antessala do inferno será servida sopa de pedra. Pegue a receita com Pedro Malasartes.

Qualquer cultivo agrícola, em algum momento, irá gerar uma emissão de GEE, assim como qualquer atividade humana. Faz parte do ciclo biogeoquímico, que são processos naturais de ciclagem de elementos, e a liberação de metano ou dióxido de carbono inclui-se aí. O senso comum que o mainstream midiático internacional, os órgãos ambientais governamentais e as ONGs que tem suas contas irrigadas pelos globalistas tentam nos empurrar para gerar factoides que corroborem com suas narrativas é que a calculadora que se usa para prever as emissões só tem tecla de soma. Não levam em consideração todo o sequestro de carbono que as plantas promovem ao longo do seu processo produtivo. Não consideram que uma planta de arroz, milho, trigo, soja ou até uma pastagem faz o mesmo papel de uma árvore no tocante a absorção desses gases e, portanto, suas emissões não são apenas zero, mas ainda geram créditos. A essa aula o jornalista do DW faltou. Intencionalmente.

A base argumentativa para apontar um suposto problema ambiental, que deveria ser técnica e cientifica, na maioria dos casos é politica e tem como objetivo fim o controle total dos meios de produção de alimentos para promover a escassez e o desabastecimento. Controle o alimento e controlarás (ou dizimarás?) a massa, diria Stálin a um ucraniano desavisado em 1933, que não lhe deve ter dado a importância devida. Colocar a produção de arroz no epicentro dessa ficção ambiental de mau gosto é um crime não apenas contra o produtor mas contra a humanidade.

Tiago Rios Fagundes é produtor rural, engenheiro agrônomo e especialista em marketing do agronegócio.

 


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