CENSURA PRÉVIA

Com novas diretrizes, o Youtube removerá conteúdos médicos que não estejam alinhados com a OMS

Luís Batistela · 21 de Agosto de 2023 às 13:37 ·

Sob o aspecto de tais normativas, a empresa caminha para censurar conteúdos relacionados à área da saúde que não estejam alinhados com a OMS e com legislações locais, suprimindo o exercício da autonomia médica

O Youtube atualizou as “diretrizes de desinformação médica” na última terça-feira (15). Com a nova medida, a plataforma removerá conteúdos que não estejam alinhados com “autoridades locais ou a Organização Mundial da Saúde (OMS)”. A empresa argumentou que a iniciativa combaterá a disseminação de desinformação relacionada à prevenção e tratamento de determinadas doenças.

“Nos anos desde que começamos nossos esforços para tornar o YouTube um destino para conteúdo de saúde de alta qualidade, aprendemos lições importantes sobre o desenvolvimento de diretrizes da comunidade de acordo com as orientações das autoridades de saúde locais e globais sobre tópicos que representam sérios riscos no mundo real, como como desinformação sobre COVID-19, vacinas, saúde reprodutiva, substâncias nocivas e muito mais. Estamos usando o que aprendemos até agora sobre as formas mais eficazes de lidar com a desinformação médica para simplificar nossa abordagem para criadores de conteúdo, espectadores e parceiros”, informou o Youtube.

A plataforma elencou que investigará a veracidade das informações com base na divisão de três categorias: “Prevenção, Tratamento e Negação”.

  • Desinformação sobre prevenção – removeremos conteúdo que contradiga as orientações das autoridades de saúde sobre a prevenção e transmissão de condições de saúde específicas e sobre a segurança e eficácia das vacinas aprovadas. Por exemplo, isso abrange conteúdo que promove uma substância nociva para a prevenção de doenças.
  • Desinformação sobre tratamento – removeremos conteúdo que contradiga as orientações das autoridades de saúde sobre tratamentos para condições de saúde específicas, incluindo a promoção de substâncias ou práticas nocivas específicas. Os exemplos incluem conteúdo que incentiva remédios não comprovados em vez de procurar atendimento médico para condições específicas, como promover o cloreto de césio como tratamento para o câncer.
  • Desinformação de negação – removeremos o conteúdo que questiona a existência de condições de saúde específicas. Isso abrange conteúdo que nega que pessoas morreram de COVID-19.”

Sob o aspecto de tais normativas, a empresa caminha para censurar conteúdos relacionados à área da saúde que não estejam alinhados com a OMS e com legislações locais, suprimindo o exercício da autonomia médica.

Cenários que envolvam questões de bioética, como no caso dos “direitos sexuais e reprodutivos”, a partir de agora serão abordados somente com o embasamento da ONU ou demais entidades autorizadas pelo Youtube.

“Para determinar se uma condição, tratamento ou substância está no escopo de nossas políticas de desinformação médica, avaliaremos se está associado a um alto risco à saúde pública, orientação disponível publicamente de autoridades de saúde em todo o mundo e se é geralmente propenso a desinformação”.

 


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