AstraZeneca anuncia fim da produção de sua vacina contra Covid em todo o mundo
Farmacêutica alegou que o motivo seria “excedente de imunizantes disponíveis”, porém enfrenta duros processos judiciais sobre efeitos colaterais
A gigante farmacêutica AstraZeneca fez um anúncio surpreendente nesta quarta-feira, 8, declarando o término da produção e distribuição global de sua vacina contra a Covid-19.
A justificativa fornecida pela empresa para o encerramento da produção, entretanto, parece que não foi muito convincente.
Em meio um processo judicial que obrigou a AstraZeneca a admitir a existência de efeitos colaterais mortais, o laboratório alegou que a decisão foi motivada pela presença de um "excesso de vacinas disponíveis no mercado" desde o início da pandemia em 2020, o que gerou oferta excedente de vacinas atualizadas, ao mesmo tempo em que a demanda pelo seu imunizante diminuiu.
O processo judicial que expôs o efeito colateral ligado à formação de coágulos sanguíneos foi divulgado incialmente pelo jornal britânico Daily Mail, afirmando que, na verdade, a AstraZeneca retiraria sua vacina do mercado em todo o mundo após “efeito colateral raro e perigoso ligado a 80 mortes no Reino Unido ser admitido em documentos judiciais”.
O jornal britânico The Telegraph destacou ainda que a AstraZeneca enfrenta uma ação coletiva originária de 51 famílias que estão buscando uma indenização estimada em cerca de R$ 700 milhões.
O anúncio oficial do fim da produção e distribuição da vacina veio logo após a solicitação de retirada voluntária, em março deste ano, que entrou em vigor em 7 de maio.
No Brasil, a vacina da AstraZeneca é produzida pela Fiocruz, após um acordo de transferência de tecnologia formalizado em junho de 2021, com a primeira dose do produto sendo administrada no país em fevereiro de 2022.
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