PARANÁ

Após dizer que “mulheres estão loucas atrás de homens”, desembargador é afastado

Redação BSM · 17 de Julho de 2024 às 16:33 ·

O desembargador fez a declaração em um julgamento sobre um assédio sofrido por uma menina de 12 anos 

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, decidiu nesta quarta-feira (17) afastar do cargo o desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). O motivo: em uma sessão no início deste mês, que analisava um caso de assédio contra uma criança de 12 anos, o juiz disse que “mulheres estão loucas atrás de homens”. Na ocasião, ele foi o único a votar contra a manutenção de uma medida protetiva em relação ao professor da criança, suspeito de assédio. 

“A conduta do magistrado, segundo apurado até aqui, maculou de forma grave a imagem do Poder Judiciário, com evidente perda da confiança dos jurisdicionados na sua atuação”, afirmou o corregedor, que informou que a decisão foi “entabulada” em conjunto com o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luis Roberto Barroso.

O afastamento atende a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná e permanece em vigor até que a reclamação disciplinar seja julgada pelo plenário do CNJ. A possibilidade de remoção do desembargador será analisada somente ao fim do julgamento da Reclamação Disciplinar aberta para apurar o caso. 

Por meio de nota, o desembargador afastado negou que tenha tido intenção de menosprezar o comportamento feminino. "Sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão", diz Espíndola.

 


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