Valdemar Costa Neto chama Pacheco de "frouxo" e este diz que presidente do PL "passa pano" pro STF nos bastidores
Pacheco questionou a capacidade de diálogo com alguém que utiliza a política para benefício próprio e não organiza a oposição de forma eficaz
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não deixou sem resposta as declarações recentes do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que o acusou de ser "frouxo" diante da operação da Polícia Federal contra Alexandre Ramagem.
O senador emitiu uma nota contra Valdemar, acusando-o de "passar pano" para o Supremo Tribunal Federal (STF) nos bastidores. Pacheco questionou a capacidade de diálogo com alguém que utiliza a política para "benefício próprio" e não organiza a oposição de forma eficaz.
E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema.
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) January 25, 2024
Valdemar disse, em entrevista ao O Globo, que Pacheco era "frouxo" e "omisso" diante dos avanços do STF contra o Poder Legislativo e não defende a Câmara nem o Senado. "[O Moraes] acha que pode fazer o que quer. Sabe por quê? Porque o Rodrigo [Pacheco] é frouxo. Ele sabe que o Rodrigo não vai reagir".
Mais cedo, o presidente do PL já havia publicado na sua conta no X que a ação da Polícia Federal, que teve como alvo Ramagem, é resultado de uma perseguição contra o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, ele defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, alegando que Pacheco não atua em prol dos interesses do Parlamento.
Costa Neto criticou a postura de Pacheco, alegando que o presidente do Congresso deveria ter tomado medidas mais enérgicas. Ele enfatizou a suposta falta de reação de Pacheco diante das ações do ministro.
"Ele [Pacheco] tinha que ter tomado providência. Não pode deixar a Polícia Federal entrar aqui na Câmara, não. Se tivesse outro presidente, um Renan [Calheiros] ou Antônio Carlos [Magalhães], mas nem perto eles [a Polícia Federal] passavam. Já tinham aberto o impeachment contra ele de cara. Certo. Ele [Moraes] não respeita o Poder Legislativo. É incrível isso."
O embate entre Pacheco e Costa Neto revela as tensões políticas em Brasília, especialmente no contexto das investigações da Polícia Federal e das divergências em relação ao Supremo Tribunal Federal.
Valdemar da Costa Neto responde acusações de Pacheco
Em reação às declarações do presidente do Senado, Valdemar Costa Neto utilizou suas redes sociais para expressar sua visão sobre a atual situação política no Brasil. O líder do PL afirmou que o país enfrenta o reflexo do sequestro das instituições para fins políticos, em detrimento do combate ao crime organizado, que seria característico do PT.
Costa Neto declarou que nunca se calou diante da falta de respeito entre os poderes e enfatizou sua indignação pela suposta falta de pulso para defender a imunidade parlamentar. O presidente do PL criticou Pacheco, afirmando que se o Senado tivesse um presidente comprometido, não perderia tempo reclamando do líder de um partido.
Entretanto, as críticas de Costa Neto estão sendo recebidas por muitos como meras bravatas, sem impacto prático. De acordo com opositores do atual regime petista, Valdemar não é eficiente nem tem a real intenção de mobilizar seus parlamentares para enfrentar os projetos do governo esquerdista.
Isso significa que o PL colocará seus 95 deputados federais em obstrução até que a PEC 08/2021 que acaba com as decisões monocráticas de ministros do STF seja votada na Câmara, ou ficará só na reclamação em rede social, Valdemar?
— Caneta Desesquerdizadora (@Desesquerdizada) January 25, 2024
Além disso, o PL, presidido por Valdemar e aliado de Bolsonaro, junto ao PT de Lula, será um dos principais beneficiários do fundo eleitoral de 2024. O partido está previsto para receber R$ 863 milhões para financiar suas atividades eleitorais, enquanto o PT terá uma previsão de R$ 604 milhões.
Portanto, críticos apontam que a principal preocupação de Valdemar parece ser o fundo eleitoral e a quantidade de verba que receberá nas próximas eleições, questionando seu comprometimento real com as pautas que o partido diz defender.
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