Tarcísio demonstra boa relação com ministro do STF: "Não se briga com Moraes; a gente se une a ele"
O governador, além de manter 'boa relação' com Alexandre de Moraes, propõe até garantir "direitos reprodutivos" para a população LGBT em São Paulo.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nome cotado para concorrer às eleições presidenciais de 2026, segue demonstrando sua ‘boa relação’ com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Pessoas próximas ao governador relataram ao jornal O Globo que Tarcísio, questionado sobre as atuações do magistrado, afirmou que ele é “inteligente, corajoso e obstinado”, por isso “não se briga com Moraes; a gente se une a ele”.
Alas da direita argumentam que a fala de Tarcísio visa suavizar o embate entre a oposição e o ministro da Suprema Corte. Em 25 de fevereiro, durante um ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, o governador garantiu aos magistrados Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre Moraes que a manifestação estava "sob controle" e não resultaria em ataques ao Supremo nem à democracia.
No entanto, paralelamente, o governador tem adotado posicionamentos que favorecem as entidades e militâncias progressistas no estado – atos que corroboram o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva e marcam oposição com as pautas defendidas por Jair Bolsonaro. Como se já não bastasse ter exaltado o “Orgulho Gay” em março deste ano por meio da Secretaria de Justiça de São Paulo, o governo estadual agora propõe uma Política de Saúde LGBT com “acesso universal” à transição de gênero.
O Diário Oficial do Estado de São Paulo, nesta sexta-feira (26), publicou uma resolução da Secretaria Estadual de Saúde que submete à consulta pública o texto que estabelece a Política Estadual de Saúde Integral da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Pessoas Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais, Pansexuais e Não Binários – LGBT+, no Estado de São Paulo.
Entre os objetivos declarados da referida política, está o de “garantir acesso universal e integral às demandas pelo processo transexualizador no SUS”, isto é, garantir a todas as pessoas, sem distinção de idade, a chance de passar por procedimentos de transição de gênero, financiados com dinheiro público. Em março, a “Secretaria de Justiça de São Paulo, por meio da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual (CDPS)”, já havia reafirmado o seu “compromisso na promoção de políticas públicas voltadas à população LGBTQIA+”.
“Desde 2009, a CDPS promove campanhas, palestras, projetos e ações visando à efetiva atuação em favor do respeito à dignidade da pessoa humana da população LGBTQIA+, independentemente da orientação sexual e da identidade de gênero”, destacou.
O deputado estadual Gil Diniz – que em março já havia criticado o posicionamento da Secretaria de Justiça – protocolou agora um pedido de convocação do secretário estadual de Saúde, Eduardo Paiva, para que esclareça os objetivos da nova Política LGBT.
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