#OLAVOTEMRAZÃO

Sou aluno do Olavo com muito orgulho!

Especial para o BSM · 11 de Março de 2020 às 10:32 ·
O testemunho de um promotor de Justiça que teve a sua vida transformada depois de conhecer a obra de Olavo de Carvalho

Vitor Hugo Honesko

No decorrer dos debates sobre as eleições de 2018, ouvi falar de um senhor que, enfaticamente (e com muitos palavrões), defendia um ponto de vista conservador.

Tratava-se do Professor Olavo de Carvalho.

Resolvi ouvir o que esse cara estava dizendo. Claro que fiquei com a pulga atrás da orelha, pois desde a minha adolescência foi incutido em minha cabecinha que o conservador era um ser do mal, que somente queria manter os privilégios das classes dominantes.

Comecei assistindo a alguns vídeos do Professor no YouTube. No início, assistia aos mais recentes, que tratavam direto do tema eleitoral. E, para meu espanto, concluí: não é que o homem tem razão!

Assim, deixando de lado o preconceito boboca sustentado pela mídia e pelos “intelectuais” universitários (a “intelligentsia”, como o próprio Professor Olavo os denomina), me inscrevi no Curso Online de Filosofia (COF) para me aprofundar no pensamento filosófico do Professor, pois sempre gostei de formar a minha própria opinião sobre um assunto, embora tenha passado por tempos alienantes.

Ah, falando em tempos alienantes, tenho que abrir um parêntese: me formei em Direito na Universidade Estadual de Londrina e concluí um Mestrado em Filosofia do Direito e do Estado na PUC-SP.

Hoje, depois de mais de 100 (cem) aulas no COF, posso vir a público para, humildemente, tentar contribuir na defesa do Professor Olavo de Carvalho contra os mais vis ataques promovidos contra uma pessoa. São ataques em massa, vindos dos mais diversos círculos da “intelligentsia” local: imprensa, professores universitários, “filósofos” famosinhos, dentre outros.

O mais espantoso de toda essa artilharia é que absolutamente nenhum dos atiradores sequer leu as obras escritas de Olavo de Carvalho (que, por sinal, é a parte mínima de sua filosofia, já que o próprio Professor avisa aos seus alunos que preferiu privilegiar a forma oral de tornar pública a sua filosofia).

Agora pergunto: como criticar algo que não se conhece? Será que algum “intelectual” poderia discutir de maneira racional o método da confissão, o conhecimento por presença, a contemplação amorosa? Creio que não, pois um professor universitário não deixará de cultuar seus textos para tentar entender a definição de filosofia como “a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa”, pois isso o faria cair de joelhos perante a realidade, e esta deixou de ser objeto de seus estudos há muito tempo.

Falo por experiência.

Depois que ingressei no mestrado, comecei a ministrar aulas na faculdade de Direito.

Com muito orgulho, apresentava aos meus alunos os textos que recebia de meus professores da PUC-SP. Na pós-graduação raramente se indicava a leitura de um livro completo, muito menos era apresentada uma visão geral das obras do autor indicado, pois a praxe no mestrado era ler capítulos ou trechos de capítulos de determinados livros, com o fim de costurá-los como retalhos para a dissertação final. Colecionava os textos do mesmo modo que uma criança mimada guarda seus brinquedos favoritos, com o fim de exibi-los triunfalmente aos amiguinhos como que dizendo: vocês não têm mais brinquedos que eu!

Além disso, sempre havia o aspecto revolucionário e desconstrutivista na jogada. Eu era tido como o professor revoltado, que não se conformava com a realidade e incitava os seus alunos, dizendo que tínhamos de transformar tudo o que tivesse ao nosso alcance.

Escrevi artigos para revistas universitárias, capítulos de livro e, ao terminar o mestrado, publiquei meu próprio livro. Em todos os meus escritos, era escancarada a mentalidade revolucionária que tomava conta de mim.

Nessa mesma época deixei a Igreja Católica. Aos meus alunos, criticava incisivamente a instituição que durante a minha adolescência me apresentou Jesus Cristo, que foi o fundamento que me manteve longe das drogas e do sexo desregrado no momento em que os hormônios gritavam em mim.

O tempo foi passando, me cansei da docência, em razão da política adotada pelas faculdades, e resolvi estudar para concurso público. Hoje sou Promotor de Justiça e, diferentemente dos tempos de análise de textos, passei a enfrentar a realidade da aplicação do Direito, onde se encontram pessoas reais com problemas reais.

Voltando ao início do meu relato, digo que foi nesse contexto que me inscrevi no COF.

Durante as aulas, o Professor Olavo insiste aos seus alunos que fazer filosofia não é o mesmo que adquirir cultura filosófica. Ademais, observa ele que, para ingressar no estudo da filosofia, se mostra imprescindível se ter cultura literária, isto é, seus alunos devem ler o máximo de literatura clássica que puderem (Dostoiévski, Tolstói, Balzac, Shakespeare, Dante, Camões, etc.), com o objetivo de criarem um imaginário que abarque o maior número de dramas humanos possíveis.

Importante salientar que o Professor nunca indicou uma obra sua como leitura obrigatória e as primeiras indicações de obras de filosofia somente se deram após dois anos do COF, a começar com a Apologia de Sócrates, de Platão.

Aliás, durante as aulas é normal o Professor Olavo afirmar que não devemos concordar com ele, pois cada indivíduo tem a capacidade para o alcance da verdade, já que, afinal, a filosofia é “a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa”.

Para o vislumbre da verdade, acima de tudo, diz o Professor que é necessário se buscar a máxima sinceridade, que é a única arma que pode livrar um aluno de filosofia da cultura do fingimento que se instaurou na modernidade e que faz com que as pessoas vivam como num teatro, representando papéis sociais para impressionar aqueles que fazem parte do seu círculo.

Nesse ponto, volto a perguntar aos detratores do Professor Olavo: para quem vocês estão fingindo? A quem querem impressionar? Será que vale a pena deixar de buscar a sinceridade para viver papéis sociais que se desfazem no momento da morte? Sugiro que analisem a vida de Ivan Ilitch, de Tolstói, que enxergou o teatro em que vivia quando já era tarde demais e viu que se tratava de uma peça de horror.

Falando na morte, depois de me tornar aluno do Professor Olavo de Carvalho, comecei a entender por que São Francisco de Assis a chamava de “irmã morte”.

Desde o meu retorno para a Igreja Católica, pouco antes do meu ingresso no Ministério Público, ainda não havia percebido completamente a beleza do Cristianismo, uma vez que a Igreja, infelizmente, está repleta de padres infectados pela heresia do modernismo. Porém, ao começar a entender os ensinamentos do Professor Olavo de que não há como fazer filosofia sem a noção de imortalidade da alma humana, percebi a grandeza da Fé em um Deus que nos transcende e, por isso, nos abrange, mostrando-nos a verdade quando menos esperamos.

A partir daí iniciei um caminho de busca interior pela voz do Espírito Santo em minha vida. Não alcançarei a verdade em sua totalidade, nem tenho essa pretensão, pois somente Deus conhece tudo, e um dia, espero, estarei com Ele, pois sou imortal.

Somente tomei consciência de que preciso buscar o conhecimento com a máxima sinceridade que eu possa ter, contemplando a realidade tal como ela se apresenta diante de mim e, assim, amando a todos aqueles que passam pela minha vida.

O amor se mostra de diversas formas, inclusive através deste texto, que ofereço como um testemunho pessoal sincero para todos aqueles que ainda insistem em viver em um teatro macabro, especialmente para pessoas muito próximas que não mais me consideram por me tacharem, absurdamente, de “amigo de fascistas”. Mas essa é uma outra história.

Vitor Hugo Honesko é promotor de Justiça no Paraná.

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