Socialista e amigo de longa data de Lula, Maduro virou "bolsonarista" para a imprensa após criticar sistema eleitoral brasileiro
O ditador afirmou que o sistema eleitoral brasileiro é inauditável, e logo foi comparado com Bolsonaro e até mesmo com Trump
O presidente e ditador venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), que até um dia desses não era nem mesmo considerado tirano pela velha imprensa, agora foi tachado de coisa ainda "pior": bolsonarista. Tudo porque fez uma declaração criticando o "incriticável": o sistema eleitoral brasileiro.
O socialista é amigo de longa data do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi, inclusive, um dos primeiros chefes de estado que visitou Lula após a posse no Palácio do Planalto ano passado. Além disso, já se encontraram publicamente diversas outras vezes, e o petista o defendeu ainda mais vezes.
Em junho do ano passado, Lula chegou a dizer que o conceito de democracia é "relativo", numa tentativa de minimizar a tirania do regime venezuelano. No mesmo mês, os dois estavam lado a lado na abertura do Foro de São Paulo, em Brasília, e Lula declarou que "entre amigos não fazemos críticas públicas".
Por algum motivo, a relação pública entre eles azedou. Talvez Lula percebeu que não valia a pena arranhar ainda mais sua débil aprovação com as frequentes defesa à inexistente democracia na Venezuela e declarou ter ficado "assustado" com a afirmação de Maduro de que, se não fosse reeleito, haveria um banho de sangue no país. Foi quando o tirano rebateu, sem mencionar o nome do petista, dizendo que ele deveria tomar um "chá de camomila", e criticando as eleições brasileiras.
De acordo com o ditador, a Venezuela tem o "melhor sistema eleitoral" do mundo. “Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam um único registro. Na Colômbia? Eles não auditam um único registro”, afirmou.
Foi quando o Tribunal Superior Eleitoral reagiu. O governo brasileiro reagiu. Deputados da esquerda reagiram. E, é claro, a imprensa de esquerda também. Logo o discurso de Maduro foi tachado de "bolsonarista". Até com Trump ele foi comparado. Veja abaixo:
É questão de pouco tempo até o adjetivo "ditador", tão evitado pela imprensa no último ano, comece a ser usado para se referir a Maduro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro ironizou a comparação na sua conta do X:
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