ABORTISMO

Sérgio Moro e sua biografia: cê curte?

Especial para o BSM · 13 de Maio de 2020 às 16:25 ·

Procurador do Rio de Janeiro analisa dois pontos fundamentais da tese de doutorado de Sérgio Moro, a defesa do aborto e do ativismo judicial, e explica por que o ex- ministro jamais deveria ter sido aceito em um governo conservador

A traição de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro revelou o caráter do ex-ministro. A forma como se deu o pedido de exoneração, numa entrevista coletiva espetaculosa e cheia de acusações contra seu então chefe, seguida de vazamentos de conversas pessoais que ele teve com o presidente e com sua afilhada de casamento Carla Zambelli para o órgão de imprensa mais hostil a seu ex-chefe, que as exibiu em rede nacional no horário nobre, só torna tudo mais feio ainda.

Ensina-nos a metafísica que os chamados transcendentais do ser são convertíveis entre si: o bom é belo, e o belo é bom. Curiosamente, isto acaba por se reproduzir na nossa linguagem: o pedreiro da obra, em vez de dizer que uma mulher é bela, diz que ela é boa. Do mesmo modo, quando repreendemos a má ação de uma criança, em vez de lhe dizermos que a ação foi má, dizemos que foi feia. O mau é feio, e o feio é mau. Portanto, podemos dizer que o teatro de Moro ao sair do cargo que ocupava, no qual detinha a confiança do presidente eleito pelo povo, foi um desastroso espetáculo tanto do ponto de vista ético quanto do ponto de vista estético.

A pergunta que ainda ecoa é: será que, antes disso tudo, já não tínhamos elementos que nos pudessem revelar o caráter de Sérgio Moro, a fim de que sua entrada no governo fosse evitada? A resposta é sim. E mais: esses elementos estavam visíveis aos olhos de todos. Bastava uma análise perfunctória de sua tese de doutorado para que concluíssemos que Moro sempre foi um defensor do aborto e do ativismo judicial. Na tese, defendida em 2002, Moro defende a decisão Roe versus Wade da Suprema Corte americana, que legalizou o aborto nos Estados Unidos. A tese também defende abertamente o ativismo judicial. Ou seja, Moro defende a um só tempo o fim (aborto) e o meio necessário para atingi-lo (ativismo judicial). Depois da traição sofrida, o presidente Bolsonaro aprendeu uma dura lição: jamais confie num abortista.

Quando Moro saiu do governo e muitos vieram a público relembrar o que já se sabia, isto é, que Moro sempre foi um abortista, ainda vimos youtuber “conservador” sair em defesa dele e afirmar que Moro se abstém de dar parecer pessoal sobre o aborto na tese e que se limita a fazer uma “análise técnica” da decisão. Vejamos se o argumento procede.

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