Repúdio a um ministro terrivelmente errado
André Mendonça não está no STF para limpar o mundo de seus pecados, mas para proteger a Constituição do país. E isso ele não fez
O ministro André Mendonça justificou hoje sua atitude pusilânime ontem ao votar pela abolição do devido processo legal no Brasil em dois tuítes:
A fala do ministro que se diz evangélico denota uma enorme confusão moral no que diz respeito às suas atribuições na Corte.
André Mendonça não está na Corte para representar a moral protestante. No STF, ele não representa nem a moral do povo. Ele está ali para assegurar que a ordem legal normativa seja respeitada e obedecida por todas as cortes inferiores. A ordem legal tem um “coração”, que é a carta constitucional. Essa carta sustenta a estrutura e a lógica do processo legal do país inteiro. E a corte suprema mais do que todos os órgãos da República é a principal guardiã dessa carta. Ela existe para avalizar e resguardar os processos legais que representam para o povo os valores democráticos que sustentam a Lei e a Ordem. Pronto. É só. É uma grande incumbência, mas ao mesmo tempo é limitada.
André Mendonça não está na Corte para representar o povo evangélico. Ele não pode representar ninguém nem público nenhum; ele não pode representar nem a si mesmo...