INDICADO POR LULA

O ministro do STF "não tem partido, não tem ideologia, não tem lado político", diz Flávio Dino. Mas ninguém acredita.

João Pedro Magalhães · 29 de Novembro de 2023 às 16:01 ·

O ministro destacou a "neutralidade" política que deve ser adotada ao assumir um cargo no STF

Em uma declaração proferida nesta quarta-feira (29), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), disse que aqueles que vão para a Suprema Corte "deixam de ter lado político".

O ministro destacou a "neutralidade" política que deve ser adotada ao assumir um cargo no STF, afirmando: “Para mim, nessas matérias não existe governo ou oposição. Esse é um tema do país. Quem vai ao STF –ou pretende, ao vestir uma toga– deixa de ter lado político. Para mim, não olho se é governo ou oposição, mas olho para o país e para a instituição”.

Dino ressaltou que, ao ser indicado para o STF, o candidato ao cargo "muda a roupa que veste" ao responder sobre o diálogo com senadores da oposição.

"Para um cargo no Judiciário, isso não tem relevância [ser governo ou oposição]. O ministro do STF não tem partido, não tem ideologia, não tem lado político. No momento que o presidente faz a indicação, mudo a roupa que visto", declarou.

O processo de aprovação do indicado de Lula envolve a sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, seguida pela aprovação em votação secreta. Posteriormente, será submetido ao plenário da Casa Alta, também em votação secreta, necessitando de 41 votos para aprovação.

O senador Weverton (PDT-MA), relator da sabatina do ministro na CCJ, porém, já expressou a expectativa de que Dino seja aprovado com pelo menos 50 votos, sem enfrentar muita resistência — nem mesmo de membros da oposição à atual gestão petista.

 


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