Por falta de provas, MPF arquiva inquérito civil contra Anderson Torres
Torres segue investigado em uma ação, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito criminal.
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar um inquérito civil instaurado contra o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que investigava supostas contribuições do ex-ministro da Justiça nos atos do 8 de janeiro. Ao analisar as provas reunidas contra Anderson, a equipe do procurador Carlos Henrique Martins Lima concluiu que não “houve uma conduta intencional de facilitar os atos criminosos”. Após ficar preso por 4 meses, o ex-secretário ainda faz uso da tornozeleira eletrônica.
“Embora seja possível apontar alguma falha no serviço de inteligência dos órgãos de segurança pública, que não foram capazes de identificar previamente o intuito dos manifestantes, ou apontar algum erro no fluxo de informações, não se verifica, em relação a Anderson Torres, uma conduta intencional de facilitar os atos criminosos”, declarou Martins Lima.
Na decisão, o procurador destacou uma “repentina mudança no perfil dos participantes” na véspera dos atos, distintamente do “caráter ordeiro dos acampados nos meses anteriores”. “Percebe-se que o secretário de segurança pública não teve meios suficientes para impedir as graves consequências das invasões do dia 08/01/2023”, concluiu. Lima também analisou o relatório da CPI do 8 de janeiro, mas classificou o texto como uma material enviesado para atender as expectativas políticas de um determinado grupo.
“Importante consignar que, embora o relatório da CPMI tenha concluído pelo indiciamento de Anderson Gustavo Torres, trata-se de documento que carrega em si, e legitimamente, viés político, visto ser fruto de trabalho de integrantes do Poder Legislativo, os quais visam, com sua atuação, atender expectativas do seu eleitorado [...].
De modo contrário, em diversos momentos da investigação o que se verifica é a adoção de medidas para promover a segurança no DF e tentar impedir que os criminosos avançassem ainda mais em sua empreitada”.
O procurador ressaltou a intenção de Torres em impedir os atos depredatórios na Praça dos Três Poderes. O ex-secretário, no momento dos atos, mesmo não estando no Brasil, determinou, através de mensagens, que a Polícia Militar impedisse a entrada de manifestantes na sede da Suprema Corte. “Não deixe chegar no Supremo”. “Conforme se depreende dos fatos apontados, Anderson Torres tentou mitigar os danos promovidos pelos criminosos do dia 08/01 e, mesmo à distância, repassou orientações para impedir consequências mais graves dos atos”, disse Lima.
Em meio à apuração do MPF, foram ouvidas testemunhas, realizadas diligências, analisadas gravações de câmeras de segurança e consultado provas de investigações de tribunais superiores. “A independência funcional e o alto nível técnico do Ministério Público Federal foram decisivos para demonstrar a inocência do ex-ministro Anderson Torres, em relação aos lamentáveis atos do 8 de Janeiro”, pontuou o advogado de defesa do ex-ministro, Eumar Novacki. Torres segue investigado em uma ação, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito criminal.
Com informações da revista Veja
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