Polícia Federal apreende celular de Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro
Em entrevista coletiva, o advogado admitiu ter readquirido com recursos próprios o relógio da Rolex que, conforme alegações de opositores, teria sido ilegalmente comercializado por assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca contra o advogado do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, nesta quarta-feira (16). A ação foi realizada para apurar a compra do relógio Rolex pelo advogado. Wassef teve o carro revistado e um celular apreendido pela PF.
O mandado contra o jurista foi executado à noite, em uma churrascaria de um shopping em São Paulo. A Polícia Federal tentou encontrar Wassef na sexta-feira (11), porém não obteve sucesso na ocasião.
Em entrevista coletiva na noite desta terça-feira (15), o advogado admitiu ter readquirido com recursos próprios o relógio da Rolex que, conforme alegações de opositores, teria sido ilegalmente comercializado por assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar disso, Wassef esclareceu que sua ação visou cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e não foi resultado de solicitação por parte de Bolsonaro. A iniciativa de adquirir novamente o relógio reforça a narrativa de cumprimento das normas estabelecidas, destacando a legalidade das ações por parte da equipe do ex-presidente.
Para o ex-senador Arthur Virgílio, o recebimento de presentes valiosos, por Jair Bolsonaro, como jóias e relógios e até mesmo uma suposta venda de alguns desses itens não seriam atitudes ilícitas.
Virgílio explica que quando Bolsonaro ganhou os presentes, estava vigente a PORTARIA Nº 59, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2018, do governo de Michel Temer, que classifica canetas, jóias, semijoias e bijuterias como bens personalíssimos – bens de consumo direto pelo recebedor.
“Estava em vigor essa portaria, que rezava que as tais jóias, semi-jóias e bijuterias, presenteadas pelo líder da Arábia Saudita, eram de natureza personalíssima. Quando surgiram as acusações infundadas sobre as chamadas jóias, imediatamente o ex-presidente ordenou que tudo fosse devolvido. E assim foi feito. Conclusão: nada daquilo era ilícito, mas os presentes foram devolvidos. O que desejam mais? Quando este país voltará a ter paz?”, publicou Virgílio em suas redes sociais.
Wassef afirmou que o “dinheiro usado para a compra [do relógio] é lícito” e afirmou que o “governo do Brasil” está lhe devendo “R$ 300 mil” em razão de seu empreendimento.
Saiba mais
- Bolsonaro não fez nada de ilícito no caso das jóias, diz diplomata e ex-senador Arthur Virgílio
- Wassef assume ter recomprado Rolex e diz que não foi a pedido de Bolsonaro
"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"