PERSEGUIÇÃO

PGR nega perseguição após pedir dados de todos os seguidores de Bolsonaro nas redes sociais

Rhuan C. Soletti · 18 de Julho de 2023 às 15:32 ·

Segundo a PGR, o objetivo é analisar o engajamento das publicações do ex-presidente em relação a eleições, urnas eletrônicas, TSE, STF e Forças Armadas

Nesta terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu uma nota de esclarecimento sobre o fato de o Ministério Público Federal (MPF) ter pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que as empresas de redes sociais - como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube, Twitter e LinkedIn - enviassem um arquivo com os dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

'A respeito de reportagens publicadas nos últimos dois dias sobre pedido da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal para acesso a dados relativos aos seguidores de Jair Bolsonaro em redes sociais, o órgão esclarece que essas pessoas não estão sendo investigadas nem terão seus dados expostos. O objetivo do pedido é obter informações que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão alcançada pelas publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais", diz um trecho da nota.

O pedido foi feito no âmbito do inquérito sobre o suposto cometimento de crimes por parte de Bolsonaro ao ter compartilhado um vídeo com críticas ao sistema eleitoral, dois dias após as invasões do 8 de janeiro.

A PGR também solicitou que sejam encaminhadas todas as postagens de Bolsonaro referentes a eleições, urnas eletrônicas, TSE (Tribunal Superior Eleitoral), STF e Forças Armadas.

O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, responsável na PGR pelo inquérito do 8 de Janeiro, também pediu que Moraes envie cobrança à Meta (dona do Facebook e Instagram) para que seja enviada uma cópia do referido vídeo.

O objetivo é analisar a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos e demais engajamentos com a publicação.


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Bolsonaro reitera que este jamais incitou, induziu ou teve participação em quaisquer dos atos havidos na Praça dos Três Poderes, no dia 08/01, em relação aos quais fez e faz questão de posicionar-se de forma discordante [...] Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião, que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais", disse a defesa do ex-presidente em nota.

E completa: “Tal informação não guarda qualquer conexão lógica com o fato em apuração – sobre o qual o presidente já prestou declarações, esclarecendo todas as circunstâncias –, tratando-se de inaceitável e absurda tentativa de monitoramento político.

 

Leia a nota na íntegra.

A respeito de reportagens publicadas nos últimos dois dias sobre pedido da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal para acesso a dados relativos aos seguidores de Jair Bolsonaro em redes sociais, o órgão esclarece que essas pessoas não estão sendo investigadas nem terão seus dados expostos. O objetivo do pedido é obter informações que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão alcançada pelas publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais.

Carlos Frederico Santos - subprocurador-geral da República, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos e autor do pedido - esclarece que “impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”, explica. Ele lembra ainda que, além dos admiradores ou aficcionados do ex-presidente, há pessoas que o seguem por curiosidade, informação, motivação profissional, acadêmica ou interesses diversos. "Só há um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, conclui.

 

Veja o pedido feito ao STF.

 

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