BRASIL

PF avalia ajuda interna em fuga na penitenciária federal de Mossoró

Luís Batistela · 1 de Março de 2024 às 11:40 ·

As buscas, que completaram 17 dias nesta sexta-feira (1º), agora se concentram na divisa do estado com o Ceará.

Na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a fuga de dois detentos levanta sérias suspeitas de facilitação de evasão e dano qualificado, conforme revelado pela investigação da Polícia Federal. Barras metálicas foram encontradas no telhado sobre as celas e dentro do aposento dos presos, utilizadas para desativar a iluminação da cela. Os investigadores sugerem fortemente a possibilidade desses elementos terem contribuído para a ação.

As acusações de tese levantadas pela corporação incluem a presença desses objetos, que permitiram aos detentos alcançar o local de manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e as demais ligações conhecidas como eixo, conforme detalhado pela Folha de S. Paulo, que teve acesso exclusivo ao conteúdo da investigação.

A primeira tese considera que os metais foram introduzidos na cela, vendo que pelo menos um desses seria compatível com vergalhões usados na reforma local. Utilizando o duto da manutenção, os criminosos alcançaram o telhado da penitenciária através de uma escada, removeram a telha e desceram pela parte externa, chegando até o local das obras, próximo à cerca.

A corporação investiga se os presos encontraram ferramentas de cortes no tapume, que serviriam para romper as cercas dos perímetros interno e externo, proporcionando a fuga.

Outro ponto foi levantado pelos investigadores: se os fugitivos conseguiram se deslocar ao tapume na escuridão. Um poste para a iluminação do perímetro fora desligado por interruptores. Apesar do cenário umbrático, a polícia considera provável que um alicate tenha sido deixado no local para facilitar o rompimento das cercas pelos criminosos.

Segundo a PF, ainda não há evidências que indiquem um apoio imediato após a fuga. Paralelamente, a corporação aponta para o financiamento concedido pelo Comando Vermelho (CV) a uma rede de apoio e logística para evasão de detentos. O grupo auxiliado pelo CV fornece alimentação, transporte e possivelmente armas de fogo para os criminosos asilados em zonas rurais.

A PF suspeita que os criminosos estejam recebendo apoio do lado de fora do presídio. Os investigadores acreditam que os fugitivos ainda estejam no Rio Grande do Norte. As buscas, que completaram 17 dias nesta sexta-feira (1º), agora se concentram na divisa do estado com o Ceará.

 


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