OEA rejeita conselho eleitoral na Venezuela
Regime de Nicolás Maduro forma conselho ilegítimo para comandar eleições. Denúncias de tortura crescem 526% no país
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução na última sexta-feira, dia 26 de junho de 2020, rechaçando o Conselho Nacional Eleitoral recentemente criado pela ditadura venezuelana. A formação do novo conselho eleitoral chavista ocorreu no dia 12 de junho e foi feita atropelando os poderes da Assembleia Nacional, que conta com maioria oposicionista.
A resolução da OEA teve 21 votos a favor, 7 abstenções e 6 ausentes, reconhecendo como ilegal o novo golpe de Maduro para aprofundar os instrumentos autoritários na Venezuela. É importante lembrar que já não existem mais eleições livres na Venezuela há muitos anos.
Sete países se abstiveram de condenar Maduro, entre eles Argentina e México, aliados envergonhados do regime ditatorial. Além de outros países menos relevantes como: Granada, Guiana, Suriname, Trindade e Tobago e Belize. Outros seis aliados do regime estavam ausentes: Nicarágua, San Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica.
A ampliação das ações ditatoriais confrontadas por uma rápida reação de uma organização internacional ocorre num momento em que sobe vertiginosamente a repressão política e a tortura no regime.
Inti Rodriguez, um dos pesquisadores da organização de Direitos Humanos Provea relata as cifras das violações em 2019: 5.232 violações à integridade pessoal; 852 vítimas de trato cruel, 1.033 feridos; 1.804 invasões ilegais do governo; e 810 ameaças e assédio. Essa mesma ONG relata que houve um aumento da tortura em 526% em 2019 em comparação com o ano anterior.