O juiz trotista

Entre os altos e baixos da grande mídia, o Motorista do Uber corre o trecho e chega com as principais análises do fantástico mundo do jornalismo nacional
A gente chega numa fase da vida em que tudo o que a gente quer é descansar.
Eu não sei o porquê, mas ultimamente cada corrida que faço é mais cansativa que a anterior. Chega a me dar moleza nos braços.
Com medo de ser alguma falta de vitamina, ou quebranto ou alguma simpatia mal feita, eu pedi ajuda ao Briguet que é quem tem mais tempo de vida no mundo.
— Motora, isso aí é simples, facílimo. Andei fazendo uns cursos de reiki da nova era e tenho a solução.
Depois de muita explicação o que o Briguet pediu fez sentido:
— Você tá muito ansioso, precisa se reconectar com a terra, ter um fio com a mãe natureza. Você vai em casa esse final de semana, que tô fazendo obra, e preciso descarregar dez milheiros de tijolo. É pá pum.
Eu desconfiei um pouco, mas como tijolo é basicamente terra, o exercício até fez sentido.
Dez mil tijolos faz pensar. E é melhor não correr com a coisa, porque na pressa a situação piora.
É como me disse o Briguet
— Motora, quem tem pressa come o cru dos outros. E quando era jovem eu já fui muito ligeirinho.
Deus abençoe a sessão de terapia do Briguet.
Como não tenho pressa e estou tomando cataflan para o ombro, vamos começar a corrida com calma, pra não atacar a bursite de ninguém.
Coloque o seu cinto.