NÃO EXISTE “RACISMO DO BEM”

Imagine, prezado leitor, que um jovem branco tivesse postado numa rede social, após discutir com uma amiga negra, o seguinte comentário:

“Eu tenho pena do seu povo africano, que ao vir para o Brasil nos trouxe doenças e estuprou mulheres brancas. Tenho nojo mesmo quando eu vejo uma branca com um negro. Tenho nojo de negrooooo” (assim mesmo, com várias letras “o” no final, para não deixar qualquer dúvida).

O jovem Diego Rodrigues Lima é negro e, de acordo com reportagens de O Globo, Estadão, etc., publicadas recentemente, “se autodeclara indígena”. Diego destilou todo seu ódio contra “os brancos” escrevendo no Facebook, após discussão com uma amiga:

“Eu que tenho pena da sua seu (sic) povo caucasiano veio tomou nossas terras nos trouxeram doenças, estupravam nossas mulheres e depois você vem me alegar que eu sou ignorante faça o meu favor (sic) kkk (...) Tenho nojo mesmo quando eu vejo uma negra com um branco me lembra da época da escravidão que esses vermes pegavam nossos semelhantes à força (...) Sua amiga mesmo é uma que eu tenho ranço só de saber que a sinhazinha gosta de sair com aqueles que achavam que nos colonizou (sic) (...) Nojo de brancooooo” (assim mesmo, com várias letras “o” no final, para não deixar dúvida de que o “nojo” se estende a todos os brancos).

O Ministério Público Federal, obviamente, processou o senhor Diego Lima, acusando-o de “praticar e incitar discriminação por intermédio de rede social, tendo feito reiteradas declarações pregando, com incitação ao ódio, a separação de raças, inclusive citando mulheres negras que se relacionam com homens brancos (caucasianos)”.

Ao final do processo, o juiz substituto da vara federal de Goiás pra a qual o caso foi distribuído, incrivelmente, absolveu o acusado.