LEGISLATIVO

Na CPMI, hacker é colocado contra a parede pela oposição e se nega a responder questionamentos

João Pedro Magalhães · 17 de Agosto de 2023 às 19:59 ·

"Ao longo da manhã estava aqui todo pavão, falando e rindo. Aliás, os membros da base governista nem perguntavam, só levantavam a bola e você já complementava. Muito conveniente", afirmou o senador Marcos Rogério 

Na segunda parte da sessão desta quinta-feira (17) da CPMI do 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti se recusou a responder a todas as perguntas feitas pelos parlamentares de oposição, ficando em silêncio. Apesar de não ter apresentado novas narrativas, o criminoso foi exposto às contradições que apresentou em seu depoimento na parte da manhã.

André Fernandes

O deputado federal, André Fernandes (PL-CE) expôs um fato duvidoso apresentado pelo hacker durante seu depoimento. Apesar de dizer que se encontrou com Zambelli e acatou o pedido de Bolsonaro no meio do ano de 2022, Delgatti havia, no mesmo mês, feito uma declaração pública declarando seu total apoio ao presidente Lula (PT), nas últimas eleições presidenciais.

"O Walter de hoje vota no Lula, e não só vota no Lula, como peço que votem no Lula. Faço campanha pra ele e o que for preciso!" . afirmou o hacker em vídeo exposto pelo deputado.

Ainda, Fernandes demonstrou a completa hipocrisia dos parlamentares da base governista, que apesar de acataram todas as incongruentes narrativas apresentadas pelo depoente, não dão a devida importância e credibilidade quando ele expõe as fragilidades do sistema eleitoral, que descobriu com suas "habilidades" de hacker.

"[A base] acredita que isso tudo é real, mas ta descredibilizando quando o mesmo vem aqui e fala que o dono do código fonte tem o poder de alterar os resultados ou de fazer com que dentro daquelas milhões de linhas tenham linhas maliciosas onde você vota em um candidato e aparece outro.", afirmou o parlamentar.

 

Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expõe a mudança de narrativa que Delgatti apresentou em seu depoimento. Primeiramente, o criminoso afirmou que foi contatado apenas para verificar possíveis vulnerabilidades das urnas eletrônicas. Depois, contudo, diz que, na verdade, foi contratado para fraudar as eleições.

"Essa narrativa que foi criada pela manhã inteira de que ele foi contratado para fraudar as eleições é uma mentira! Um terror que foi criado como se o presidente Bolsonaro tivesse o contratado para isso.", expôs o senador.

"As conversas sempre foram no sentido de instruir o TSE para mostrá-lo que dá para melhorar a segurança das urnas. Foi nesse aspecto que o senhor foi contatado, então para que ficar mentindo aqui? O senhor tá levando dinheiro de alguém para fazer o que tá fazendo aqui hoje? ", indagou.

Flávio realizou uma série de questionamentos ao depoente, que se recusou a responder e permaneceu em total silêncio.

"O sr. recebeu alguma vantagem para fazer esse trabalho?"
"O sr. tem conhecimento que o TSE faz um teste de segurança público nas urnas?"
"O sr. teria conhecimento para fazer esse tipo de teste nas urnas?"

"Quanto custa a democracia, sr, Walter? Porque foi essa pergunta que o sr. fez para a Carla Zambelli quando foi negociar com ela preço que você ganharia para fazer o trabalho, confere?", questionou.

No final de sua fala, o senador também expôs um vídeo do jornalista Glenn Greenwald, amigo de Delgatti, afirmando que o hacker gosta muito de atenção, e tem o hábito de criar narrativas que não pode comprovar, apenas para permanecer "sob os olofotes". 

 

Marcos Rogério

O senador da república, Marcos Rogério (PL-RO) também relembrou a diferença nas versões apresentadas pelo hacker que, após ser bajulado pela base governista, passou a expor uma narrativa diferente da que havia sustentado no início.

Apesar de não ter seus questionamentos respondidos, o senador expôs a hipocrisia e o real significado do silêncio de Delgatti.

"Muito conveniente o seu silêncio, mas o seu silêncio fala mais e com mais verdade do que com a sua verborragia no âmbito dessa CPMI. Quando você fica em silêncio, você passa a verdade. Quando você fala, exerce aquilo que é a sua profissão: mentir. Estelionato", afirmou.

"Ao longo da manhã estava aqui todo pavão, falando e rindo. Aliás, os membros da base governista nem perguntavam, só levantavam a bola e você já complementava. Muito conveniente", complementou.

 

Ramagem

O deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) focou em demonstrar a completa seletividade dos parlamentares esquerdistas e apoiadores do atual governo Lula (PT) que acolhem como verdadeiras as declarações de um condenado pelo crime de esteltionato e que tinha como seu principal ofício enganar e mentir, mas não consideram suas declarações técnicas sobre a fragilidade das urnas, que foi comprovada com suas habilidades como hacker.

De qualquer modo, os parlamentares esquerdistas tiveram todas as suas perguntas prontamente respondidas por Delgatti. O fato, segundo o deputado, não é surpresa.

"Algo de praxe do PT: querem colocar um criminoso como herói.", afirmou.

 

Filipe Barros

O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) também questionou as fragilidades da narrativa apresentada pela testemunha e concluiu que nada que disse pode ser levado em consideração, visto suas evidentes mentiras.

"Nós estamos diante de uma fraude", concluiu o parlamentar.

Ademais, Filipe Barros alertou Delgatti sobre os riscos de se aliar à esquerda.

"Vão te deixar práa trás.", afirmou. "Da mesma forma como estão entregando a cebeça do geenral G. Dias de bandeja, vão entregar a tua.", alertou.

Marco Feliciano

Sabendo que não teria suas perguntas respondidas, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) bombardeou o hacker com uma série de questionamentos, que contribuiram para expor a falsidade de narrativas apresentadas pelo criminoso.

"O senhor tem provas que falou com ele?"

"A urna eletronica brasileira é inviolável?"

"Por que nunca entregaram o código fonte?"

"O processo eleitoral pode ser adulterado?"

"O senhor responde a processos criminais?"

"O senhor faz algum tipo de tratamnto psiquiátrico? "

"O senhor tem algum tipo de doença psicosomática?"

"O senhor tem alguma prova daquilo que disse aqui pela manhã?"

Essas foram alguns dos questionamentos apresentados pelo parlamentar.
 

Nikolas Ferreira

Veja, também, as falas do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG):

 


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