Na CPMI, hacker acusa Bolsonaro de pedir invasão nas urnas eletrônicas
Durante seu depoimento, Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou o seu auxílio para realizar uma operação de invasão aos sistemas das urnas eletrônicas, a fim de comprovar as suas fragilidades
Nesta quinta-feira (17), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ouve o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, que se encontra preso desde o dia 2 de agosto, por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O criminoso ficou conhecido por ter, em 2019, vazado mensagens de autoridades envolvidas na operação Lava Jato.
Ele foi convocado à comparecer à Comissão após uma operação da Polícia Federal que apura uma inserção de alvarás falsos de soltura e mandados de prisão nos sistemtas do CNJ.
Durante seu depoimento, Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou o seu auxílio para realizar uma operação de invasão aos sistemas das urnas eletrônicas, a fim de comprovar as suas fragilidades. Segundo o hacker, ele teria se reunido com Carla Zambelli, o ajudante de ordens do presidente Mauro Cid, o general Marcelo Câmara e com o próprio Bolsonaro, que lhe prometeu um "indulto" caso fosse preso em decorrência da operação.
Alexandre de Moraes
Outra narrativa apresentada pelo hacker foi a de que, a pedido da deputada Carla Zambelli (PL-SP), ele conversou com o então presidente, Jair Bolsonaro, que lhe informou a respeito de um grampo realizado no ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
“Segundo ele [Bolsonaro], o grampo já havia sido realizado, com conversas comprometedoras do ministro, e eles queriam que eu assumisse a autoria desse grampo, lembrando que à época eu era o hacker da Lava Jato”, afirmou Delgatti.
Em seu depoimento, o criminoso afirmou que concordou em assumir o grampo somente por ter sido um pedido do presidente da República.
Ainda, Delgatti afirmou que a invasão aos sistemas do CNJ que motivaram sua prisão também teriam sido a pedido da deputada Carla Zambelli.
“Após isso, a deputada [Carla Zambelli] me disse que eu precisava invadir algum sistema de Justiça, ou o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] em si, para mostrar a fragilidade do sistema”, disse.
Defesa de Bolsonaro
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, publicou uma séria de declarações em suas redes sociais afirmando que os fatos narrados pelo hacker são completamente inverídicos. Segundo Wajngarten, o hacker Delgatti apenas "mente, mente e mente".
Em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática muito menos alpinistas tecnológicos na campanha do Pr @jairbolsonaro
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) August 17, 2023
É muita gente tentando buscar holofotes e fogo.
Haja bombeiros para reconstruir a verdade.
Eu desconheço quem tenha feito reunião individual com o Pr @jairbolsonaro cuja duração tenha sido de 1 HORA E MEIA.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) August 17, 2023
DU VI DO.
Mente e mente e mente.
NUNCA, JAMAIS, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) August 17, 2023
Mente e mente e mente.
Um PRESIDENTE que SEMPRE jogou dentro das 4 linhas pediria para fraudar as eleições?
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) August 17, 2023
Mente e mente e mente.
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