Ministro dos Direitos Humanos minimiza visita de "dama do tráfico" e culpa "extremistas de direita" por críticas a Dino
"Os próceres da extrema-direita brasileira não têm compromisso com a verdade nem com Brasil [...]. Se valem de distorções para difamar, caluniar e destruir as conquistas do povo brasileiro", afirmou Silvio Almeida.
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, enquadrou as movimentações da oposição, frente à visita da "dama do tráfico" Luciene Barbosa Farias ao Ministério da Justiça, como uma “tentativa generalizada, por parte dos extremistas de direita” de instaurar o “caos” e a “destruição” no país. Através de suas rede sociais, nesta quarta-feira (15), o ministro ainda destacou que a “dama do tráfico amazonense” não teve contato com qualquer funcionário do gabinete do ministro da Justiça, Flávio Dino, e sim participou de um evento organizado pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.
Almeida classificou os “próceres da extrema-direita”, isto é, as figuras com maior representatividade dentro dos movimentos da direita, como mentirosos, difamadores e caluniadores. Entretanto, o ministro não fez questão de explicar as reuniões que Luciene Barbosa realizou com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, Elias Vaz, e o titular da Senappen, Rafael Valesco Brandani. Por fim, Almeida prestou solidariedade à Flávio Dino e garantiu que “estas pessoas [a oposição] não irão interromper o Brasil novamente”.
“Para mim, é evidente que estes ataques difamatórios, claramente coordenados, têm como alvo central o corajoso trabalho que o Ministro Flávio Dino realiza à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ele manifesto minha solidariedade e justa admiração.
Há também por trás disso a tentativa generalizada, por parte de extremistas de direita, de a todo momento fabricar escândalos e minar a reconstrução da política de direitos humanos, uma vez que só conseguem oferecer ao país caos e destruição. Num momento em que o Brasil retoma seu rumo, de forma desesperada, determinadas figuras tentam vincular o governo ao crime organizado.
No caso específico, a senhora Luciane Barbosa Farias participou de um evento organizado pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, indicada como representante da sociedade civil pelo Comitê Estadual do Amazonas. Nem o Ministro, nem a secretária nem qualquer pessoa do Gabinete do Ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiram na organização do evento, que contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo.
Os comitês estaduais – que integram o sistema nacional de prevenção e combate à tortura, criado por lei em 2013 – indicaram livremente seus representantes ao evento, repito, sem qualquer interferência do Gabinete Ministerial ou das secretarias do ministério neste processo.
Vale ressaltar que o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas tem regulamentação própria e está administrativamente vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Amazonas, nos termos do decreto estadual 37.178/2016.
Os próceres da extrema-direita brasileira não têm compromisso com a verdade nem com Brasil; não têm compromisso com o combate ao crime organizado; se valem de distorções para difamar, caluniar e destruir as conquistas do povo brasileiro.
Estas pessoas não irão interromper o Brasil novamente.”
Casada há 11 anos com o “criminoso número um” dos procurados da polícia amazonense, Luciane e seu marido – Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas – foram condenados em segunda instância por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. De acordo com o Ministério Público, Clemilson adquiriu seu poder econômico em função do tráfico de drogas. O procurador Mário Ypiranga Monteiro Neto, em um trecho de sua denúncia em 2018, elencou que o criminoso costumava penalizar impiedosamente seus devedores, “ceifando-lhes a vida sempre que os crimes em que se envolvem lhes tornam credor”.
O MP do Amazonas classificou Luciene como o “braço financeiro” dos empreendimentos criminosos de seu marido. Segundo o departamento, ela exercia “papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’.” Seu ofício rendeu-lhe a “confiabilidade da cúpula da Organização Criminosa ‘Comando Vermelho’”. Em dezembro de 2012, o casal apresentou bens de R$ 30 mil na declaração de Imposto de Renda.
Enquanto Tio Patinhas cumpre 31 anos de detenção no presídio de Tefé (AM), sua esposa, condenada há dez anos, recorre em liberdade.
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