Ministério dos Direitos Humanos assume ter pago viagem de "dama do tráfico"
A "dama do tráfico", Luciane Barbosa Farias, é considerada pela Justiça como o braço financeiro da facção Comando Vermelho
Além de fazer uma tour pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com livre acesso aos seus secretários e ministros, a dama do tráfico Luciane Barbosa Farias teve seus custos e passagens pagos pelo Ministério dos Direitos Humanos do governo Lula (PT). Isso mesmo que você leu!
A informação foi divulgada pela própria pasta. De acordo com o ministério, a pasta arcou com custos de deslocamento para Brasília de todos os participantes do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), o que inclui a participação de Luciane.
“O pagamento de passagens e diárias foi feito a todos os participantes de um evento nacional, com orçamento próprio reservado ao CNPCT e cujos integrantes foram indicação exclusiva dos comitês estaduais”, disse o ministério por meio de nota.
E, em seguida, completou: “Vale ressaltar que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania é composto por 11 colegiados que, assim como o CNPCT, têm autonomia administrativa e orçamentária”.
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Casada há 11 anos com o “criminoso número um” dos procurados da polícia amazonense, Luciane e seu marido – Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas – foram condenados em segunda instância por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. De acordo com o Ministério Público, Clemilson adquiriu seu poder econômico em função do tráfico de drogas. O procurador Mário Ypiranga Monteiro Neto, em um trecho de sua denúncia em 2018, elencou que o criminoso costumava penalizar impiedosamente seus devedores, “ceifando-lhes a vida sempre que os crimes em que se envolvem lhes tornam credor”.
O MP do Amazonas classificou Luciene como o “braço financeiro” dos empreendimentos criminosos de seu marido. Segundo o departamento, ela exercia “papel fundamental também na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’.” Seu ofício rendeu-lhe a “confiabilidade da cúpula da Organização Criminosa ‘Comando Vermelho’”. Em dezembro de 2012, o casal apresentou bens de R$ 30 mil na declaração de Imposto de Renda.
Enquanto Tio Patinhas cumpre 31 anos de detenção no presídio de Tefé (AM), sua esposa, condenada há dez anos, recorre em liberdade.
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