SÃO PAULO

Militantes de extrema-esquerda tentam invadir plenário da Alesp

Redação BSM · 21 de Maio de 2024 às 19:35 ·

Apesar da confusão provocada pelos extremistas, os deputados paulistas aprovaram projeto para criação de escolas cívico-militares
 

Nesta terça-feira, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi palco de um tumulto envolvendo manifestantes de extrema-esquerda e a Polícia Militar durante a discussão de um projeto de lei do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que visa à criação de escolas cívico-militares no estado. A tensão culminou com a tentativa de invasão do plenário Juscelino Kubitscheck por parte dos estudantes, resultando na detenção de sete deles e em cenas de confronto.

Apesar da confusão, a Alesp aprovou o projeto das escolas cívico-militares por 54 a favor e 21 contra. A votação ocorreu no início da noite. O projeto precisava de um mínimo de 48 votos para ser aprovado. O 48º voto a favor da proposta foi do deputado bolsonarista Tenente Coimbra (PL), um dos parlamentares que auxiliaram na elaboração do projeto.

Vídeos divulgados nas redes sociais pelos próprios manifestantes mostram policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) usando cassetetes para conter os jovens nos corredores da Alesp. Em um dos vídeos, um policial é visto utilizando gás de pimenta, atingindo inclusive o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), que estava no local. A deputada Mônica Seixas (PSOL) também tentou intervir e afirmou ter sido agredida pelos agentes.

A Alesp emitiu uma nota oficial afirmando que "alguns manifestantes tentaram invadir o plenário Juscelino Kubitscheck" e que a Polícia Militar atuou para garantir a segurança tanto dos manifestantes quanto dos presentes na sessão de votação. "A responsabilidade não é nem da Mesa, a responsabilidade será minha. Eu não permiti que ocupassem toda a galeria porque houve invasão do plenário. Tentaram tomar o plenário desta Casa. E o plenário é soberano e eu jamais vou deixar isso acontecer", declarou o presidente da Alesp, André do Prado (PL).

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) justificou a ação policial, ressaltando que a presença da PM tinha o objetivo de garantir a segurança durante a manifestação e a votação do projeto. "Imagens da ação serão analisadas e a ocorrência foi apresentada no 27º Distrito Policial", informou a SSP.

O projeto abre a possibilidade para que escolas públicas estaduais e municipais dos ensinos fundamental, médio e profissional solicitem a conversão para o modelo cívico-militar, se desejarem. Pelo modelo proposto, a responsabilidade pelas atividades pedagógicas ficará a cargo dos servidores das secretarias de Educação, enquanto os agentes da Secretaria de Segurança Pública cuidarão da administração e disciplina das unidades escolares.

A proposição, apresentada em março pela gestão Tarcísio de Freitas, é vista como uma continuidade do programa federal de escolas cívico-militares implementado durante o governo de Jair Bolsonaro e encerrado pelo atual presidente, Lula. Para ser aprovada, a proposta precisa da maioria absoluta dos votos na Alesp, ou seja, pelo menos 48 dos 94 deputados estaduais.

Do lado de fora do plenário, o clima também era tenso. Manifestantes, em sua maioria estudantes do ensino médio, enfrentaram a Polícia Militar, que montou barricadas e utilizou spray de pimenta para impedir novas tentativas de invasão. A bancada da federação PT-PV-PCdoB divulgou uma nota criticando a violência policial e confirmou que sete estudantes foram detidos durante o protesto.

Os eventos desta terça-feira não são isolados. Na semana anterior, uma audiência pública sobre o mesmo projeto já havia sido marcada por confrontos entre manifestantes favoráveis e contrários à proposta. A polarização em torno do projeto de escolas cívico-militares reflete um debate acirrado sobre a militarização da educação pública e a disciplina nas escolas.

No meio da confusão, os estudantes de extrema-esquerda entoaram o seguinte grito de guerra diante da polícia:

“Olha o capeta, acabou a paz!
Mexer com estudante é mexer com Satanás!”

 

 

 

 


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