Ministro Wellington Dias é investigado por nepotismo cruzado
Em uma medida cautelar adicional, o subprocurador solicitou a suspensão dos salários dos filhos dos políticos envolvidos e instou a atuação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Comissão de Ética Pública (CEP) e do Ministério Público Federal (MPF) para investigar possíveis atos de improbidade administrativa
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), agora enfrentam uma investigação por nepotismo cruzado – prática que consiste na contratação recíproca de parentes. A solicitação de investigação foi apresentada na última quinta-feira (5) pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A investigação gira em torno do fato de que o deputado Chico Vigilante nomeou a filha do ministro Wellington Dias para seu gabinete. Logo em seguida, a suplente do ministro no Senado, Jussara Lima (PSD-PI), nomeou o filho do deputado.
De acordo com Furtado, essa prática é uma violação direta dos princípios constitucionais de impessoalidade da administração pública, conforme estabelecido no artigo 37 da Constituição, e representa uma clara violação da moralidade. O subprocurador também destacou que, de acordo com um entendimento do Supremo Tribunal Federal, a análise de casos de nepotismo é objetiva, dispensando a necessidade de comprovar influência familiar nas nomeações ou desvio de dinheiro público.
Furtado enfatizou ainda: "Digo mais, se a possível ocorrência de dolo for confirmada, os fatos poderiam ser analisados sob o prisma da improbidade administrativa."
Em uma medida cautelar adicional, o subprocurador solicitou a suspensão dos salários dos filhos dos políticos envolvidos e instou a atuação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Comissão de Ética Pública (CEP) e do Ministério Público Federal (MPF) para investigar possíveis atos de improbidade administrativa.
Além das alegações de nepotismo cruzado, o procurador apontou indícios de que o filho do deputado distrital poderia ser um funcionário fantasma. Isso se baseia no fato de que, ao serem questionados sobre o servidor, ninguém de seu local de trabalho no Senado o conhecia, nem mesmo a própria chefe de gabinete.
O caso também foi levado ao Ministério Público Federal (MPF) por deputados Kim Kataguiri e Guto Zacarias, ambos do União Brasil-SP. Em seu pedido de investigação por possível ato de improbidade administrativa, eles alegaram que essa situação representa uma “séria agressão ao princípio republicano, à regra da impessoalidade e à moralidade administrativa”.
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