Lula deverá formalizar indicação do seu advogado para o STF ainda nesta quinta-feira
“É meu amigo, é meu companheiro. Como outros são meus companheiros. Mas eu nunca indiquei por conta disso”, disse Lula após destacar que Zanin "cresceu tecnicamente" nos últimos tempos
O presidente empossado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá formalizar a indicação do seu advogado, Cristiano Zanin Martins, para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta quinta-feira (01). Zanin foi o responsável por desencarcerar o petista e defendê-lo durante o processo da Lava Jato.
Cristiano Zanin Martins, 47 anos, deverá ocupar a vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou, antecipadamente, em abril deste ano. Após deixar o Supremo, Lewandowski foi contratado pelo Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, para atuar como consultor sênior da holding. Os irmãos foram condenados no âmbito da Operação Lava Jato.
A indicação terá de ser legitimada no Diário Oficial da União e, posteriormente, passar por sabatina no Senado.
O petista possivelmente anunciará sua decisão às 17 horas, em reunião com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A expectativa é de que não haverá muitos obstáculos para a aceitação de Zanin, já que o advogado é um dos favoritos para ocupar a vaga deixada por Lewandowski. Inclusive, Lula já falou pessoalmente com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com a presidente da Suprema Corte – Rosa Weber – para informar sobre sua decisão.
Em março deste ano, Lula afirmou que não indicaria Zanin por ser seu amigo, entretanto, disse que o advogado “cresceu de forma extraordinária” nos últimos tempos:
“Hoje, se eu indicasse o Zanin [para o STF] todo mundo compreenderia que ele merecia ser indicado. Tecnicamente ele cresceu de forma extraordinária”.
“É meu amigo, é meu companheiro. Como outros são meus companheiros. Mas eu nunca indiquei por conta disso”
Em toda a história do STF, apenas 5 indicados à Suprema Corte foram rejeitados pelo Senado. Todos no governo de Floriano Peixoto (1891-1894), há quase 130 anos.
Cristiano Zanin Martins foi responsável pela defesa e anulação das condenações de Lula pela operação Lava Jato – o que cooperou para que o petista construísse o cenário que o levaria à Presidência do país.
Zanin é graduado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1999, e especialista – também pela mesma universidade – em Direito Processual Civil. Ele é genro e ex-colega de trabalho de Roberto Teixeira, advogado de Lula desde os anos 1980.
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