CASO EPSTEIN

Lista de Epstein poderá ser divulgada nesta terça-feira; Clinton é citado 50 vezes

Rhuan C. Soletti · 2 de Janeiro de 2024 às 16:23 ·

Teorias diversas são ainda debatidas, em tentativas esforçadas de relacionar alguns políticos famosos e até a Disneylândia com as atividades de tráfico sexual infantil de Epstein

Um juiz de Nova York, nos Estados Unidos, pode divulgar a lista de nomes ligados à rede de tráfico sexual de Jeffrey Epstein e sua namorada Ghislaine Maxwell, nesta terça-feira (2), ambos acusados de exploração de menores. De acordo com informações da rede ABC News, o ex-presidente Bill Clinton aparece 50 vezes na lista, utilizando o codinome "John Doe 36".

A lista, conhecida como "lista de amigos de Epstein", supostamente contém quase 200 nomes, incluindo pessoas influentes em diversos setores. Até o momento, esses nomes eram identificados apenas por codinomes como "John" e "Jane Does", usados por Epstein e Ghislaine para se referirem aos clientes.

Em dezembro, um juiz federal de Nova York ordenou a desvinculação de dezenas de documentos relacionados ao financista, argumentando que "não havia justificativa" para manter os documentos selados em um caso encerrado envolvendo uma acusadora de Epstein.

Virginia Giuffre, de 39 anos, acusadora no processo judicial de 2015, alega que Epstein e Maxwell a teriam traficado para abusos sexuais quando ela tinha 17 anos. Embora o caso tenha sido resolvido em 2017, o juiz determinou, em audiências realizadas em 2021 e 2022, que os nomes na lista do casal não permaneceriam sigilosos indefinidamente.

Segundo o repórter Alexandria Hoff, da Fox News, "Clinton não é o único grande nome esperado para ser divulgado". A imprensa norte-americana especula que banqueiros, CEOs e outras figuras importantes poderão ser mencionados na lista. A expectativa é que essa revelação traga mais luz sobre a extensão do envolvimento de diversas personalidades no escândalo de Epstein.


Entenda

Jeffrey Epstein / Internet

A Ilha de Epstein, também conhecida como Little St James, é uma ilha particular localizada nas Ilhas Virgens Americanas. Ela foi comprada pelo financista Epstein em 1998 e se tornou conhecida como o local onde ele praticava crimes sexuais, incluindo tráfico de menores e abuso sexual.

Segundo relatos de vítimas e testemunhas, Epstein costumava levar jovens mulheres e meninas menores de idade para a ilha, onde as submetia a abusos sexuais. Ele teria usado sua riqueza e influência para atrair as vítimas e forçá-las a participar de atividades sexuais.

Epstein foi preso em 2019 por acusações de tráfico sexual e abuso sexual de menores. Ele foi encontrado morto em sua cela na prisão em agosto de 2019, em circunstâncias que ainda são investigadas. A ilha tem cerca de 28 hectares e é cercada por praias, florestas e montanhas. Ela possui uma série de estruturas, incluindo uma casa principal, uma casa de hóspedes, um heliporto, um cais e uma piscina.

Após a morte de Epstein, a Ilha de Epstein foi colocada à venda. Em 2022, ela foi vendida por US$ 100 milhões para um grupo de investidores anônimos. Teorias diversas são ainda debatidas, em tentativas esforçadas e relacionar alguns políticos famosos e até a Disneylândia com as atividades de Epstein. 

O novo proprietário da ilha afirmou que pretende transformá-la em um resort de luxo. No entanto, a venda da ilha gerou polêmica, com muitos criticando a ideia de que o local possa ser transformado em um local de lazer. A "Ilha de São Tiago" é um símbolo de um dos maiores escândalos sexuais da história recente. 


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