JUDICIÁRIO

Jair e Michelle Bolsonaro permanecem em silêncio durante depoimento à Polícia Federal

João Pedro Magalhães · 31 de Agosto de 2023 às 15:15 ·

A PGR já havia se manifestado afirmando que o presente caso não deveria estar tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o ex-presidente e seus aliados só responderão às perguntas e prestarão esclarecimento no juízo competente — isto é, na primeira onstância.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, permaneceram em silêncio durante todo o depoimento prestado à Polícia Federal, nesta quinta-feira (31). As oitivas buscam esclarecer uma suposta atuação criminosa de desvio e comercialização de presentes recebidos de autoridades estrangeiras por Bolsonaro e seus aliados.

As suspeitas da PF são de que militares próximos ao ex-presidente (tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e seu pai) teriam negociado ilegalmente jóias de mais de R$ 1 milhão que teriam sido presentes para a Presidência durante o mandato de Bolsonaro e que, por isso, deveriam ser incorporadas ao patrimônio do Estado, e não de uma pessoa.

Apesar das proporções que o caso está tomando, o diplomata e ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) já afirmou que o recebimento, pelo então presidente, de presentes valiosos, como jóias e relógios, e até mesmo uma suposta venda de alguns desses itens não seriam atitudes ilícitas — visto que os itens são de natureza personalíssimas.

Leia: Bolsonaro não fez nada de ilícito no caso das jóias, diz diplomata e ex-senador Arthur Virgílio.

O ex-secretário de Comunicação e advogado da família Bolsonaro, Fábio Wajngarten, também prestou depoimento simultaneamente aos demais depoentes, e permaneceu em silêncio. Do mesmo modo, o ex-assessor do ex-presidente do PL, Marcelo Câmara, não respondeu às perguntas.

Leia: Ministro do STF autoriza quebra de sigilo bancário de Bolsonaro e Michelle.

Segundo a defesa apresentada na investigação, a PGR (Procuradoria-Geral da República) já havia se manifestado afirmando que o presente caso não deveria estar tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o ex-presidente e seus aliados só responderão às perguntas e prestarão esclarecimento no juízo competente — isto é, na primeira instância.

"Desta forma, considerando ser a PGR a destinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos suficientes ou não a lastrear eventual ação penal, os PETICIONÁRIOS, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados", apresentou a defesa de Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (31), todos os depoentes foram convocados a comparecerem à Polícia Federal no mesmo horário, para se evitar que combinassem uma versão sobre os fatos e depoimentos apresentados. Além de Jair e Michelle Bolsonaro, veja os nomes que também compareceram à PF:

  • Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência e advogado de Jair Bolsonaro
  • Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
  • General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid
  • Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro
  • Tenente Osmar Crivelatti, ex-assessor da Presidência
  • Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência

Segundo apuração realizada pelo portal UOL, o tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, general Lourena Cid, não optaram pelo silêncio e estão respondendo às perguntas das autoridades policiais.

Leia: PF intima Bolsonaro, Michelle, Wassef e Cid para depoimento sobre joias

 


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