Hong Kong luta contra o comunismo e pela democracia
Na última semana, regime comunista chinês adotou medidas repressivas e antidemocráticas no antigo protetorado britânico. Mas a população clama por liberdade
Nas últimas semanas houve manifestações contra a nova lei de segurança nacional imposta pelo Partido Comunista Chinês em Hong Kong. Essas leis visam basicamente desmantelar as liberdades ainda existentes em Hong Kong, buscam impedir manifestações contra o PCCh e permitem “extraditar” pessoas inconvenientes para a ditadura da China Continental, com o intuito de dominar ainda mais a próspera Hong Kong.
Hong Kong foi parte do Império Inglês por todo o século XX; em 1997, passou a soberania da China, no que foi conhecido como o modelo de “um país, dois sistemas”. De um lado, estava Hong Kong que herdou toda uma tradição de liberdades econômicas e civis da Inglaterra; o outro sistema é o regime totalitário comunista da China. Ainda que o regime chinês tenha realizado aberturas comerciais e ampliado sua liberdade econômica, desde 1949 não foi alterado o sistema político totalitário de partido único. Alguns indicadores ajudam a compreender a situação da democracia e das liberdades na China. O país comunista está 176º lugar de 180 países no ranking da liberdade de imprensa segundo o Repórter Sem Fronteiras; posição 102 de 107 segundo índice de democracia pela Associação de Desenvolvimento e Avanço da Democracia, sediada na Áustria.
No índice de liberdade humana, considerando diversas liberdades civis e econômicas, a China está na posição 126, Hong Kong ocupa a honrosa posição número 3. A discrepância entre os dois modelos de sociedade não poderia ser maior. Dessa maneira surge uma tensão irreconciliável entre um sistema baseado nas liberdades econômicas e civis, na tradição ocidental; e outro baseado no comunismo, economia dominada pelo partido e por seus ramos e sem liberdades civis básicas (especialmente liberdade de expressão, de associação e religiosa)...
