Hezbollah terceiriza executores de atos terroristas no Brasil e em outros países, segundo investigação da PF

Eles estabeleceram conexões com libaneses naturalizados brasileiros, esses financiadores mobilizam contatos e conhecidos no Brasil para a crucial tarefa de recrutamento de "soldados"
Em análise do material apreendido e dos depoimentos de suspeitos sob custódia, a Polícia Federal (PF) expõe uma preocupante trama envolvendo o Hezbollah, grupo terrorista libanês apoiado pelo Irã. Sua qualidade de terrorista é reconhecida por nações como Estados Unidos, França e Alemanha. A descoberta aponta para uma estratégia de "terceirização" de ações terroristas, com o Brasil como alvo.
De acordo com as informações obtidas, a PF destaca que o Hezbollah estabeleceu uma intricada rede empresarial, composta por células de financiadores, recrutadores e executores de atentados. A complexidade desse esquema revela uma sofisticada operação em solo brasileiro.
A Polícia Federal acredita que, por meio do setor de inteligência do Hezbollah no Líbano, foi criado um braço específico da organização destinado à captação e aliciamento de brasileiros para a execução de atentados, tanto dentro quanto fora do território nacional. Essa articulação, coordenada a partir do exterior, intensifica as preocupações com a segurança interna.
Segundo os indícios reunidos, Mohamad e seus associados do Hezbollah, baseados no Líbano, estabeleceram um esquema profissional de recrutamento de agentes autônomos para a prática de atos terroristas. A investigação revela que os candidatos a mercenários passam por rigorosos testes de lealdade, com suas vidas sendo minuciosamente investigadas.
Nas diligências em curso, destaca-se a presença de um libanês naturalizado brasileiro, atualmente em Beirute, que, assim como o sírio Mohamad, está na mira das autoridades. Ambos possuem mandados de prisão expedidos pela justiça federal brasileira no contexto da mesma operação antiterrorismo deflagrada na semana passada.
Já foram identificados, pelos investigadores, alvos precisos dentro da comunidade judaica no Brasil. Essa descoberta foi possível graças às apurações conduzidas internamente até o momento, além de informações adicionais obtidas por meio de cooperação policial internacional. O panorama revelado pela PF suscita sérias reflexões sobre a necessidade de fortalecimento das estratégias de segurança nacional diante da ameaça representada por organizações extremistas.
A partir das apurações conduzidas, os financiadores do Hezbollah foram localizados em Beirute, a capital libanesa. Estabelecendo conexões com libaneses naturalizados brasileiros, esses financiadores mobilizam contatos e conhecidos no Brasil para a crucial tarefa de recrutamento de "soldados". Em outras palavras, buscam indivíduos interessados e dispostos a executar atentados, com remuneração vinculada ao sucesso das missões.
Consequentemente, os investigadores desvendaram que, para cada objetivo traçado, é constituído um grupo específico de recrutados. Essa estratégia visa segmentar as ações ao máximo, garantindo que os executores tenham o mínimo de informações sobre quem está por trás das missões. A falta de comunicação entre as células é uma medida crucial nesse meticuloso plano.
O que aconteceu
A PF conduziu com sucesso a Operação Trapiche, desmantelando uma célula do grupo terrorista libanês Hezbollah no Brasil. Dois indivíduos de nacionalidade brasileira foram detidos, enquanto 11 mandados de busca e apreensão foram eficazmente cumpridos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
Segundo informações obtidas junto aos investigadores, os dois detidos estavam sob financiamento e recrutamento do Hezbollah. Além disso, há ainda dois outros suspeitos em território libanês, com pedidos de prisão pendentes relacionados ao caso. O foco desta organização criminosa era a realização de atentados voltados a prédios pertencentes à comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas, como delineado pelas investigações.
Um dos indivíduos detidos foi interceptado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após chegada de uma viagem procedente do Líbano. As autoridades acreditam que o sujeito já trazia consigo informações cruciais para a execução dos ataques planejados. O segundo detido foi capturado na cidade de São Paulo.
A operação Trapiche, como foi denominada, visou uma célula com o propósito de promover "atos preparatórios de terrorismo", conforme comunicado oficial emitido pela corporação. Tanto os recrutadores quanto os recrutados responderão às acusações de constituir ou integrar organizações terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo. A soma das penas máximas para esses crimes pode resultar em até 15 anos e 6 meses de reclusão.
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