Farinha pouca, meu Fundão primeiro
Manobra de Rodrigo Maia impede que os recursos do Fundo Eleitoral ― no total de R$ 2 bilhões ― sejam usados no combate ao coronavírus
A Câmara dos Deputados, por meio de sua mesa diretora, rejeitou na noite de ontem (3) um destaque apresentado pelo Partido Novo para que as verbas destinadas ao Fundo Eleitoral e ao Fundo Partidário fossem alocadas para o combate ao coronavírus. Na sessão, os deputados estavam votando a PEC do chamado “orçamento de guerra”, que dissocia os gastos emergenciais feitos por conta do Covid-19 com os gastos do Orçamento da União.
Caso a emenda fosse aprovada, o montante de R$ 2 bilhões voltados para campanhas políticas e propagandas poderia auxiliar na compra de equipamentos necessários para o tratamento ao vírus chinês. O valor poderia cobrir a compra de mais de 130 mil respiradores.
Em reserva, um deputado afirmou que “houve má vontade por parte da mesa” em retirar o destaque feito pelo Novo.
“Pelo que percebi, havia muitas emendas e então foi feito acordo para que os partidos retirassem todas elas. O Novo e o PSOL não retiraram. Então eles derrubaram a do Novo com uma manobra regimental pouco usual, que é prejudicar pelo conteúdo da proposta ser estranho ao texto principal. Com o PSOL não fizeram isso, pois era apenas um destaque supressivo, então teve que ser votada. Tudo isso foi má vontade da mesa com a proposta do Novo.”