CPMI DA CENSURA

CPMI do Frota

Fábio Gonçalves · 5 de Fevereiro de 2020 às 13:25 ·
Alexandre Frota, o deputado pornô, promete uma CPMI com mais baixaria e obscenidade do que sua carreira de ator.

Está agendada para às 13h desta quarta-feira (05) a retomada dos trabalhos da CPMI das Fake News, inquérito parlamentar inventado por opositores e dissidentes do governo com o fim de intimidar os apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.

Para o pleito de hoje, a 18a reunião desta comissão, foram registrados 20 requerimentos às autoridades públicas — o Ministério Público, a Polícia Legislativa etc. Dos 20, 11 foram expedidos pelo deputado federal Alexandre Frota, o ex-ator pornô que foi espirrado do PSL depois de trair o governo, e desconsolado, foi abraçar o governador João Dória e Rodrigo Maia. Desde então, Frota passou à oposição mais histérica ao presidente Bolsonaro, inclusive desejando que Adélio Bispo o houvesse matado no episódio da facada, em setembro de 2018.

Frota, aliás, tem sido destaque na CPMI. Logo no início do escrutínio, ainda no ano passado, com o objetivo de combater as notícias falsas na internet, o ex-bad boy carioca levou à comissão uma postagem de um perfil fake do filósofo Olavo de Carvalho como prova de que Bolsonaro faziam mal em dar-lhe ouvidos. De pronto, a cena do deputado levantando o cartaz evidentemente ilegítimo virou meme nas redes sociais.

Dentre os requerimentos do ex-jogador de futebol americano, está um que pede a anulação dos requerimentos da deputada Caroline de Toni cuja finalidade era investigar o escândalo conhecido como “Mensalinho do Twitter”.

Esse Mensalinho se deu quando, em 2018, uma série de perfis falsamente isentos repercutiam supostas benemerências do PT mediante o pagamento de uma mesada. O Frota, pelo visto, não quer que isso seja investigado.

O que ele quer, dentre outras coisas, é saber quem são os donos dos perfis: Deja El Loen Te Lechar, @Leitadas_Loen, "Left Dex" @Lets_Dex e Brasileirinhos @_brasileirinhos. Ou seja, quer fazer uma devassa judicial para revelar a identidade de apoiadores espontâneos de Bolsonaro que, temendo a arquiconhecida censura esquerdista nas redes sociais, preferem esconder seus nomes e rostos.

Nesse sentido, Frota se junta ao Ex-Namorado da Fátima Bernardes e ao deputado petista Rui Falcão.

O Ex-Namorado, utilizando-se de uma denúncia da outra dissidente famosa, a grandíssima Joice Hasselmann, quer que o poder público revele quem são os membros do grupo de conversas denominado Gabinete do Ódio — nome dado justamente para fazer troça de quem acha que de fato existe uma rede de apoiadores do presidente Bolsonaro pagos com dinheiro público.

Já Rui Falcão, também partindo das denúncias de Hasselmann, quer que o Estado torne público o IP (endereço eletrônico através do qual se pode rastrear um computador) de aparelhos dos ditos membros da “milícia digital” bolsonarista.

Como se vê, toda essa comissão tem o fim exclusivo de abafar a voz das redes sociais, o último canal onde ainda se pode debater livremente sobre os mais variados temas, incluindo a política, sem a censura ostensiva dos canais de televisão e emissoras de rádio.

Vale lembrar que sem essa liberdade de internet —  que, sim, traz o ônus da desinformação, da fake news etc., mas sempre para os dois lados do jogo político —, o presidente da República seria algo entre Ciro Gomes e Fernando Haddad.

Sem internet não existiria o fenômeno Bolsonaro. Por isso urge censurá-la.

 

 

 

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