CÂMARA DOS DEPUTADOS

CPI do MST: relatório de Salles pede indiciamento de 11 pessoas; votação será na próxima terça-feira

João Pedro Magalhães · 21 de Setembro de 2023 às 15:21 ·

Diante da situação, o presidente da Comissão, deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), lamentou que a investigação não tenha sido prorrogada, mas afirmou que com o pedido de vista, o relatório poderá ser lapidado por Salles nos próximos dias

A base governista adiou a votação do relatório final apresentado por Ricardo Salles (PL-SP), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, desta quinta-feira (21). Após pedido de vista coletivo, a votação foi remarcada para a próxima terça-feira (26).

Em contrapartida, os deputados aliados ao governo petista elaboraram um relatório paralelo, mas ainda avaliam se vão apresentá-lo na próxima sessão. “O nosso relatório, a nossa versão dos fatos, demonstrando as irregularidades cometidas nas diligências e também nas conduções dos trabalhos. Se nós vamos apresentar ou não, será uma questão tática”, afirmou a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP).

Segundo a parlamentar comunista, o relatório apresentado por Salles é "mal-feito" e será rejeitado por todos os aliados de Lula.  A informação foi confirmada por demais deputados esquerdistas, que afirmaram seus esforços em derrubar o parecer do relator.

“Nós vamos com certeza derrotar o relatório dele e terminar a CPI sem relatório”, disse o deputado Nilto Tatto (PT-SP).

Diante da situação, o presidente da Comissão, deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), lamentou que a investigação não tenha sido prorrogada para além da próxima terça-feira, mas afirmou que, pelo menos, com o pedido de vista, o relatório poderá ser lapidado por Salles nos próximos dias.

O relatório de Salles

O relatório de Salles foi lido na sessão desta quinta-feira, e solicita o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Gonçalves Dias e do líder do FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade), José Rainha.

Segundo o relator, não há razões para que as invasões e demais ações terroristas do MST (e movimentos similares) continuem a ser legitimadas e não sejam punidas no Brasil.

“Faz sentido continuar com o programa de reforma agrária no país? A CPI respondeu a essa pergunta: não faz […]. O programa, o modelo de reforma agrária, é fracassado. E está servindo de bandeira política para que essas facções sem terra cometam crimes Brasil afora contra a agropecuária e contra os mais humildes”, afirmou Salles.

Além disso, Salles apresentou diversas irregularidades na atuação dos movimentos agrários, como a prática de abusos e crimes contra os assentados, apropriação de recursos públicos e trabalho escravo nos acampamentos.

O relator também afirma que não há razões para que se aumente as áreas destinadas à reforma agrária, visto que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) “é o maior latifundiário improdutivo do país”.

 


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