Contador do filho de Lula admite ter trabalhado pro PCC
Muniz foi testemunha durante a Operação Lava Jato, no processo referente ao caso do tríplex do Guarujá, onde afirmou ter feito a declaração de imposto de renda de Lula entre 2011 e 2015, no escritório de Teixeira, onde trabalhou por 14 anos
João Muniz Leite, contador anteriormente ligado ao filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e com histórico de serviços prestados ao próprio presidente, admitiu durante um depoimento à Polícia Civil de São Paulo que trabalhou por aproximadamente cinco anos para um dos principais traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Anselmo Becheli Santa Fausta.
Em seu depoimento, Muniz alega conhecer Fausta pelo nome de Eduardo Camargo de Oliveira, sob o qual o traficante solicitava assistência para lavar dinheiro do narcotráfico através da compra de empresas. Ele nega ter conhecimento das atividades criminosas de "Cara Preta" — como era conhecido o traficante, morto em dezembro de 2021.
Por essa relação, Muniz teve seus bens bloqueados pela justiça em meio às suspeitas de uso do dinheiro do crime em apostas de loteria. Segundo o próprio contador, ele afirma ter ganhado 250 vezes na lotaria e acumulado cerca de R$ 20 milhões em prêmios, sendo que a primeira aposta foi feita com dinheiro fornecido por Anselmo Becheli.
As revelações surgiram em uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, divulgada nesta terça-feira (20). O depoimento foi solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF) como parte da investigação sobre a possível falsificação de recibos de um imóvel próximo ao de Lula, em São Bernardo do Campo. O contador negou a acusação.
Advogados de Lulinha afirmam que as investigações sobre Muniz nunca implicaram o filho do ex-presidente. O Palácio do Planalto também se manifestou, afirmando que Lula não tem vínculos com o contador, sugerindo que Muniz apenas prestou serviços de declaração de imposto de renda em poucas ocasiões.
Contudo, Muniz foi descrito como um dos homens de confiança do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, e também trabalhou como contador de Fábio Luís Lula da Silva, além de prestar serviços para o próprio ex-presidente.
Ele também foi testemunha durante a Operação Lava Jato, no processo referente ao caso do tríplex do Guarujá, onde afirmou ter feito a declaração de imposto de renda de Lula entre 2011 e 2015, no escritório de Teixeira, onde trabalhou por 14 anos.
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