JANJA HACKEADA

Conta de Janja no X é hackeada e bloqueada pela PF

Rhuan C. Soletti · 12 de Dezembro de 2023 às 11:59 ·

Paulo Pimenta assegurou que os responsáveis pela invasão serão identificados e não escaparão das devidas consequências. Ele destacou, também, que aqueles que compartilharem e comentarem de forma negativa serão identificados

A conta no X (Twitter) da primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi alvo de hackers e posteriormente bloqueada, em resposta a uma solicitação da Polícia Federal (PF), que já está investigando o incidente, de acordo com Andrei Passos, diretor-geral da PF. A invasão ocorreu por volta das 21h30, quando o hacker fez publicações criticando e ofendendo Janja, o presidente empossado e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As publicações foram feitas em tom de zombaria e em meio a memes. Nenhuma informação relevante foi vazada.

Com mais de 1 milhão de seguidores, a conta de Janja no X permanecia ativa por volta das 22h45, mas todas as publicações haviam sido removidas. O diretor-geral da PF, informou que o acesso à conta foi bloqueado e que ela será desativada em breve após a preservação dos dados. Ele ressaltou que a PF está atuando no caso, com uma investigação preliminar já em andamento, sendo que o inquérito será instaurado nesta terça-feira (12).

Em resposta ao hackeamento da conta, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma notificação extrajudicial à plataforma, solicitando o congelamento da conta durante o período das investigações e a preservação de dados como mensagens diretas e endereços de IP.

A assessoria da primeira-dama prontamente contatou a PF e acionou a equipe do X para lidar com a situação. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, assegurou que os responsáveis pela invasão serão identificados e não escaparão das devidas consequências. Ele destacou, também, que aqueles que compartilharem e comentarem de forma negativa serão identificados.

Paulo Pimenta publicou em sua conta no X: "Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados". A Secom emitiu uma nota oficial repudiando a invasão, assegurando que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. A nota enfatiza que o governo não tolerará crimes, discursos misóginos, ódio e intolerância nas redes sociais.

O ocorrido vai à luz em dias bem coincidentes com a pauta da "regulamentação da internet". O esperado é que o fato seja usado como justificativa para a intensificação da censura na internet, da perseguição política e da pressão contra as Big Techs. Justamente no mesmo dia, Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, oficializaram um Acordo de Cooperação Técnica entre as instituições, visando à aceleração do processo de retirada de sites do ar por suposta disseminação de informações falsas no processo eleitoral.

A parceria estabelecida altera o procedimento para retirar uma página do ar. Anteriormente dependente da comunicação oficial de um oficial de justiça, agora foi facilitado o bloqueio rápido de sites por ordem do STF. O acordo, entretanto, não apenas modifica os procedimentos, mas também instaura um novo canal de comunicação direto e mais ágil entre os órgãos. A medida levanta preocupações sobre a rapidez de medidas restritivas e persecutórias.

A estratégia já está sendo construída há tempos. Há pouco mais de um ano, os ministros do STF conferiram ao ministro Alexandre de Moraes uma espécie de “poder de polícia” na presidência do TSE. A resolução permite que Moraes, por iniciativa própria, determine a remoção de postagens ou notícias da internet que, de acordo com a maioria dos ministros, sejam consideradas "sabidamente inverídicas ou gravemente descontextualizadas", mesmo na ausência de solicitações por parte de candidatos ou do Ministério Público.

Além disso, a resolução concede a Moraes a autoridade para ordenar a suspensão de contas e bloquear o acesso do público a plataformas digitais em casos de “descumprimento persistente de suas determinações” por parte das empresas. Agora, os internautas dizem que a conta hackeada será o estopim para o "Marco Civil da Internet 2.0".

Entenda melhor aquiParceria entre o TSE e Anatel fortalecerá a censura no Brasil; entenda

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