Caso Kyle Rittenhouse, um julgamento histórico para a América
Rapaz de 18 anos está sendo acusado de homicídio durante distúrbios em Kenosha. O que está em jogo nesse julgamento é o direito à defesa pessoal face ao caos provocado pela ausência da lei
Quem não se lembra dos conflitos de rua, depredações, incêndios e pilhagens ocorridos no ano passado, promovidos por duas organizações americanas que prefiro não citar nominalmente? Defendidos pela grande mídia nacional e internacional, os depredadores e saqueadores do patrimônio alheio foram pintados como guerreiros da justiça social, praticamente heróis. As pessoas que se atreviam a resistir eram demonizadas e vinculadas a causas sórdidas como a da “supremacia branca.” A situação se acalmou assim que Biden assegurou sua vitória na disputa presidencial. É bastante provável que a baderna e a violência tenham tido um objetivo único: desestabilizar os últimos meses do governo Trump.
Uma das cidades atingidas pela violência ― Kenosha, no estado do Wisconsin ― foi palco do acontecimento que agora cria um impasse no país. Era o dia 25 de agosto de 2020; o quebra-quebra e os incêndios provocados corriam soltos. A associação comercial do município avaliou depois os danos em mais 50 milhões de dólares para os empresários locais e mais de 2 milhões para particulares. Por mais que a imprensa insistisse em afirmar que os protestos eram pacíficos, os números do caos gritam mais alto. Os saqueadores enfrentavam sem medo a polícia, acobertados pela visão positiva projetada pela mídia. O presidente Trump enviou a guarda-nacional para Kenosha, mas o governador decidiu usar apenas uma quantidade mínima de soldados. A capacidade do governo para conter a fúria justiceira dos saqueadores era ínfima. Grupos locais de resistência então se enfureceram e resolveram cuidar eles mesmos da proteção da cidade e seus habitantes.
O jovem Kyle Rittenhouse, então com 17 anos, juntou-se a um desses grupos...