BRASIL

Câmara realizará sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST

Luís Batistela · 28 de Fevereiro de 2024 às 08:53 ·

Entre maio e setembro do ano passado, a Câmara trabalhou sobre a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o MST

A Câmara dos Deputados realizará nesta quarta-feira (28), às 9h, uma sessão solene em comemoração aos 40 anos do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento foi solicitado pelos deputados federais Valmir Assunção (PT-BA), João Daniel (PT-SE), Dionilso Marcon (PT-RS) e Luiza Erundina (PSOL-SP). Segundo o presidente da Frente Invasão Zero, o parlamentar Luciano Zucco (PL-RS), a homenagem “é um escárnio e uma afronta a todos os homens e mulheres do campo”.

“A função de um movimento social é organizar o povo. E é isso que o MST faz enquanto alternativa econômica, de projeto de desenvolvimento alternativo no campo brasileiro, responsável não apenas pela produção de alimentos saudáveis, mas também na garantia de escolas no campo, de cultura, esporte e lazer, que constrói ferramentas para acesso aos direitos básicos”, justificaram os deputados governistas.

Representantes do Ministério da Saúde e de organizações militantes são aguardados no evento. A expectativa é que os ministros Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, também compareçam na homenagem. Para a oposição, principalmente ao deputado federal Luciano Zucco, a comemoração tem um caráter pernicioso.

“O mesmo MST que já incendiou o ministério da Agricultura, que protagonizou cenas de guerra na Praça dos Três Poderes, que avançou sobre a Polícia Militar do Distrito Federal, deixando dezenas de policiais feridos, muitos deles em estado grave. Essa homenagem é um escárnio e uma afronta a todos os homens e mulheres do campo, os verdadeiros responsáveis por alimentar o Brasil e o mundo. Nosso compromisso é com o respeito ao direito de propriedade, cláusula pétrea de nossa Constituição”.

Entre maio e setembro do ano passado, a Câmara trabalhou sobre a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o MST. As tarefas foram encerradas sem a votação do relatório final, elaborado por Ricardo Salles. Mesmo sem o apoio, Salles empreendeu o indiciamento de 11 pessoas no material – incluindo o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias; e o líder da Frente Nacional de Lutas (FNL) e ex-líder do MST, José Rainha.

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS