DEPUTADA FEDERAL

Após operação da PF, Carla Zambelli nega envolvimento com hacker preso

Yasmin Alencar · 2 de Agosto de 2023 às 12:59 ·

Zambelli foi alvo da operação que investiga invasões hackers e teve mandados de busca e apreensão cumpridos em sua casa na manhã de hoje

(BRASÍLIA) - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou ter qualquer relação com o hacker Walter Delgatti Neto, que foi preso nesta quarta-feira (2) por supostas invasões aos sites do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Zambelli foi alvo da operação que investiga as invasões hackers e teve mandados de busca e apreensão cumpridos em sua casa na manhã de hoje.

A deputada afirmou que o único contato que teve com Delgatti foi quando ele prestou o serviço de melhorias tecnológicas para o seu site e que esteve com ele apenas três vezes, em uma delas, a parlamentar levou o hacker para oferecer serviços ao presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto. 

Em seguida, Zambelli levou Delgatti para conversar com Bolsonaro. Segundo ela, ele disse que queria participar de processos de auditoria em urnas eletrônicas nas eleições do ano passado, devido ao seu conhecimento em tecnologia. 

“Como é sabido, ele foi conhecer o presidente Bolsonaro porque, disse ele, teria muitas informações sobre tecnologia. A conversa foi privada, mas a pergunta que o presidente fez foi se as urnas eram confiáveis, e ele respondeu que nenhum sistema tecnológico é confiável. A partir dali, não houve mais qualquer contato com o presidente Bolsonaro”, disse a parlamentar.

De acordo com Carla Zambelli, ela nunca sequer entrou em contato com Bolsonaro para ter detalhes do encontro.

“A impressão que eu tenho é que estão tentando envolver o presidente através de mim pelo fato de eu ser bastante ligada a ele”, declarou.

“Isso não vai acontecer, primeiro, porque não existe nenhuma, absolutamente nenhuma prova e nada que tenha sido feito a pedido do presidente em qualquer coisa. A única coisa que existe é que, depois de tudo isso, e após as eleições, é um pagamento de R$ 3 mil de um prestador de serviços meu no mês de novembro”.

Zambelli disse à imprensa que os serviços dizem respeito a redes sociais, site e instalação de sistemas de proteção e que o pagamento foi feito com sua verba pessoal e não parlamentar.

Segundo o Correio Braziliense, Walter Delgatti – o famigerado “hacker da Vaza Jato” – afirmou, em junho, que a deputada havia lhe solicitado uma invasão às urnas eletrônicas e/ou ao telefone e e-mail de Moraes.

Nas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a ação da PF garante a “defesa da Constituição e da ordem jurídica”.

 


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