CONGRESSO NACIONAL

Após crítica de Haddad à Câmara, Lira adia reunião sobre arcabouço fiscal

Luís Batistela · 15 de Agosto de 2023 às 17:04 ·

“A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo", afirmou Haddad

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, adiou a reunião que trataria sobre o arcabouço fiscal nesta segunda-feira (14). O parlamentar desagradou-se com a fala de Fernando Haddad  em entrevista concedida ao jornalista Reinaldo Azevedo. Na ocasião, o ministro da Fazenda deixou subentendido que os deputados poderiam usar de seu “poder” para “humilhar o Senado e o Executivo”.

“A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. De fato está com um poder que nunca vi na vida, passei 9 anos em Brasília, nunca vi nada parecido. Então peço que tem que haver uma moderação aí, que tem ser construída, ainda não está as mil maravilhas” – afirmou Haddad em entrevista ao canal do Youtube, Reconversa, do jornalista Reinaldo Azevedo.

Além do adiamento, Lira também optou nesta terça-feira (15) por prorrogar em uma semana a reunião do arcabouço.  O parlamentar afirmou, em suas redes sociais, que a Câmara segue focada em discutir os planejamentos “com toda seriedade e celeridade”.

O relator da proposta, o deputado federal Cláudio Cajado, declarou que o encontro retornará na próxima segunda-feira (21) para estabelecer o texto e aguardar a definição do colegiado de quando a pauta entrará em votação:

“A reunião que haveria na segunda-feira, ontem, ficou para próxima segunda feira, dia 21, para que possamos tirar as dúvidas e equacionar o texto que eu vou apresentar (...). Não existe compromisso de calendário. Feita reunião na segunda feira, vamos consensualizar o texto, e a partir daí a pauta de quando entrará em votação no plenário será definida pelo colégio de líderes e o presidente”, afirmou Cajado.

Enfim, Haddad elencou que não teve intuito de proferir críticas à Câmara e que estava apenas fazendo uma “declaração” na entrevista:

“Eu estava fazendo uma declaração sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão”.

 


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