Após crítica de Haddad à Câmara, Lira adia reunião sobre arcabouço fiscal
“A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo", afirmou Haddad
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, adiou a reunião que trataria sobre o arcabouço fiscal nesta segunda-feira (14). O parlamentar desagradou-se com a fala de Fernando Haddad em entrevista concedida ao jornalista Reinaldo Azevedo. Na ocasião, o ministro da Fazenda deixou subentendido que os deputados poderiam usar de seu “poder” para “humilhar o Senado e o Executivo”.
“A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. De fato está com um poder que nunca vi na vida, passei 9 anos em Brasília, nunca vi nada parecido. Então peço que tem que haver uma moderação aí, que tem ser construída, ainda não está as mil maravilhas” – afirmou Haddad em entrevista ao canal do Youtube, Reconversa, do jornalista Reinaldo Azevedo.
Além do adiamento, Lira também optou nesta terça-feira (15) por prorrogar em uma semana a reunião do arcabouço. O parlamentar afirmou, em suas redes sociais, que a Câmara segue focada em discutir os planejamentos “com toda seriedade e celeridade”.
O relator da proposta, o deputado federal Cláudio Cajado, declarou que o encontro retornará na próxima segunda-feira (21) para estabelecer o texto e aguardar a definição do colegiado de quando a pauta entrará em votação:
“A reunião que haveria na segunda-feira, ontem, ficou para próxima segunda feira, dia 21, para que possamos tirar as dúvidas e equacionar o texto que eu vou apresentar (...). Não existe compromisso de calendário. Feita reunião na segunda feira, vamos consensualizar o texto, e a partir daí a pauta de quando entrará em votação no plenário será definida pelo colégio de líderes e o presidente”, afirmou Cajado.
Enfim, Haddad elencou que não teve intuito de proferir críticas à Câmara e que estava apenas fazendo uma “declaração” na entrevista:
“Eu estava fazendo uma declaração sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão”.
"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"