Alexandre de Moraes solicita "informações detalhadas" de presídio, após a morte de réu de 8 de janeiro
Cleriston Pereira da Cunha morreu durante um banho de sol
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou que a direção do Centro de Detenção Provisória (CDP) II, da Papuda, em Brasília, forneça "informações detalhadas" sobre a morte de Cleriston Pereira da Cunha que ocorreu nesta segunda-feira (20).
Cleriston, 46 anos, empresário, casado, pai de duas filhas, natural de Feira da Mata (BA), residente há mais de 20 anos em Brasília, conhecido como “Clezão”, é a primeira vítima fatal da ditadura democrática instaurada pelo STF desde os acontecimentos de 8 de janeiro. Ele morreu na manhã de hoje, após o banho de sol no Presídio da Papuda, quando sofreu uma convulsão seguida de parada cardiorrespiratória.
Desde 1º de setembro, havia um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável à soltura do preso, em razão de seu delicado estado de saúde. No parecer, o subprocurador Carlos Frederico dos Santos afirmou que “não se justifica a segregação cautelar, seja para a garantia da ordem pública, seja para conveniência da instrução criminal, especialmente considerando a ausência de risco de interferência na coleta de provas”. Mesmo assim, o ministro Alexandre de Moraes não se manifestou.
Cleriston foi preso em 8 de janeiro quando se refugiou em um prédio da Praça dos Três Poderes para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo e dos tiros com bala de borracha. Preso por estar no lugar errado e na hora errada, o empresário morreu pelo mesmo motivo. Há 80 dias, ele deveria estar em casa, com sua esposa e suas filhas.
Mas Moraes não permitiu.
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