A VITÓRIA DO MITO
Nos anos 60, enquanto nosso generalato ralhava com os vagabundos das praças e asfaltava as BRs de fora a fora, nos botecos clandestinos, nos apartamentos do Leblon e da Avenida Paulista, na PUC e na USP, os jovens de cabelo encaracolado e boca de sino, e os velhos revolucionários treinados em Paris, Moscou e Havana escreviam música popular, peças de teatro, literatura de ficção, roteiros de filme, notícias de jornal, livros de história, sociologia, economia, filosofia.
(...)
Desde 2013-2014, quando a esquerda percebeu que estava perdendo o protagonismo nas ruas — terreno em que até ali era a senhora e soberana —, ela concitou seus melhores cérebros a saírem de fininho da rezinga popular a fim de que, nos laboratórios das universidades, eles preparassem o material que vai contar para as próximas gerações esta história que estamos presenciando.
(...) Bolsonaro venceu as eleições, o bolsonarista comemorou, mas a esquerda está repetindo a mesmíssima estratégia de sucesso que empreendeu nos tempos dos milicos.