ECONOMIA

A opinião de Míriam Leitão e a realidade do nosso bolso

Especial para o BSM · 29 de Abril de 2024 às 15:53 ·

João Favoreto comenta mais uma passada de pano da jornalista-militante global
 

“Vocês vão acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?”
(Groucho Marx)


Por João Favoreto

Em artigo publicado recentemente, Míriam Leitão diz: “Inflação está baixa, mas população sente o peso dos preços. Entenda a diferença entre os números e a percepção”.

Acontece que a nossa percepção está perfeita, Míriam.

Em mais uma de suas tentativas de justificar os péssimos resultados do governo Lula e sua equipe econômica, Míriam Leitão traz uma série de dados de inflação duvidosos no seu artigo sobre a inflação, comparando-os maliciosamente com resultados antigos, e tentando nos convencer a não acreditar em nossos próprios olhos, nem em nosso próprio bolso, que esvazia assim que pisamos em um mercado.

Primeiro é necessário entendermos que a subida contínua dos preços é apenas o efeito de ações praticadas pelo governo anteriormente. Caso a jornalista quisesse realmente nos tranquilizar, seria nos informando a mudança completa das políticas do governo, o que para nossa tristeza não foi o ocorrido.

Os gastos públicos exorbitantes acompanhados de um déficit cada vez maior ainda estão aí. A carga tributária pesa cada vez mais sobre o setor privado, inviabilizando negócios e comprometendo a arrecadação. Ao invés de corrigir estes erros, diminuindo tanto os gastos como os impostos, o governo Lula recorre à expansão monetária para cobrir o rombo e continuar o gasto sem fim, gerando consequências ainda mais graves.

Estamos experimentando na prática o Efeito Cantillon (do economista Richard Cantillon). O governo e as empresas ligadas a ele são os primeiros a receber o dinheiro recém-impresso, e então, quando o gastam em seus projetos, todos os preços ainda estão em um certo nível. Conforme este dinheiro entra na economia, os preços começam a subir e os últimos a receberem-no encontrarão todos os preços mais altos, e seu poder de compra cada vez menor. Os seus 100 reais que um dia já encheram um carrinho, hoje mal abastecem sua casa por poucos dias.

Em uma economia ideal, com uma moeda forte, conforme a produtividade aumenta, veríamos os preços caindo ligeiramente e o nosso poder de compra aumentando.

Mas sabemos que dificilmente veremos estes princípios permearem aqueles que nos governam atualmente, mas tampouco deixaremos de acreditar em nossa própria percepção da realidade em detrimento de um artigo de uma militante.

João Favoreto é agrônomo, católico e entusiasta da escola austríaca de economia.

 


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