83% dos brasileiros discordam da fala de Lula contra Israel
De acordo com o petista, a atuação de Israel em Gaza assemelha-se à perseguição sistemática empreendida pelo regime nazista contra os judeus na ocasião do Holocausto, cruzando uma linha delicada ao acusar os próprios judeus de nazistas – por terem respondido um ataque terrorista e uma declaração de guerra
O atual ocupante da presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfrenta – como sempre – forte rejeição da opinião pública: 83% dos entrevistados discordam de sua infeliz comparação entre Israel e o holocausto nazista, conforme apontado por uma pesquisa do instituto Real Time Big Data. Apenas 13% dos brasileiros concordaram com a fala do presidente, enquanto 4% responderam não ter uma opinião formada sobre o assunto. O levantamento foi encomendado pela TV Record e divulgado na segunda-feira (19).
Os dados revelam que 57% dos entrevistados consideram Israel como o lado correto no conflito, enquanto 28% identificam o grupo terrorista Hamas como o "lado certo". Aqueles que não sabem ou não responderam somam 15%. A pesquisa mostra que a grande maioria, equivalente a 89% dos entrevistados, afirmou acompanhar as notícias sobre a guerra entre Israel e o Hamas.
O estudo indicou que 54% dos entrevistados acreditam que o Brasil deveria manter uma postura neutra em relação ao conflito em Israel, enquanto 26% defendem o apoio aos israelenses. Por outro lado, 14% acreditam que o Brasil deveria apoiar o lado palestino. Foram 800 entrevistados, sendo 53% mulheres e 47% homens, com uma margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos
Entenda
Antes de embarcar para o Brasil, em seu último exercício na Etiópia, no domingo (18), Lula pontuou que o Estado de Israel está promovendo um genocídio na Faixa de Gaza. De acordo com o petista, a ação assemelha-se à perseguição sistemática empreendida pelo regime nazista contra os judeus na ocasião do Holocausto, cruzando uma linha delicada ao acusar os próprios judeus de nazistas – por terem respondido um ataque terrorista e uma declaração de guerra.
“É muito engraçado. Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”, afirmou Lula. “Sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno, sabe? Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, concluiu.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, destacou que Lula cruzou a “linha vermelha” ao comparar “Israel ao Holocausto nazista e a Hitler”. Não só isso, mas o governo de Israel classificou, na segunda-feira (19), o presidente pró-Hamas como “persona non grata”. De acordo com o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, a especificação será retirada somente quando o petista se desculpar por comparar o estado judeu com o regime nazista.
"Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma 'persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", afirmou Katz. Ele ainda alegou que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".
Vale destacar, no entanto, que a declaração não reflete apenas a opinião do petista, mas a posição oficial do governo. Entenda:
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